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26/08/2017 09:30

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Campo Grande 118 anos: quando o casamento acabou, o amor pela cidade Morena ficou

Elas vieram acompanhar os companheiros, mas nem o divórcio foi suficiente para tirar a paixão por Campo Grande

Nos 118 anos de Campo Grande, quem vem de fora declara o amor pela Morena. E se aqui é Capital de oportunidades, também é aquela que muita gente veio seguindo o amor. E mesmo quando descobriu-se que não era mais “tanto amor assim”, o coração acabou ficando por aqui e tirou a vontade de ir embora.

Esse é o caso de Glauce Xavier da Gama. Ela que veio de Rondônia conta que veio acompanhar o marido. “Na época minha sogra estava muito doente e viemos aqui para vê-la e como o estado era grave ficamos mais um dia. Até que falei para ele que era melhor mudar para cá”, conta.

A sogra morreu, o casamento acabou, mas ela continuou por aqui. “Gostei tanto daqui que vendi minha casa em Rondônia e comprei outra aqui. Mesmo quando separei não quis ir mais embora, porque já tinha criado laços”, conta. A vida de Glauce agora está mais completa.

“Depois de seis anos aqui na cidade, minha filha e meus netos vieram morar comigo, arrumei um novo amor e aqui eu sou feliz”, garante. Para ela, Campo Grande é terra de oportunidades e trabalhar. “Aqui só não trabalha quem não quer”.

Amor, divórcio e uma nova paixão

E um amor também trouxe a sorridente Raimunda Rodrigues. Ela veio de Belém do Pará em 2008 por conta de um matrimônio. “O casamento acabou em 2013 e a princípio, fiquei na cidade para resolver as questões burocráticas de um divórcio. Depois, fui mudando de ideia e aproveitando a qualidade de vida que tive e continuo tendo”, aponta elogiando a cidade.

“Mesmo sem família, ou melhor, laços de sangue, escolhi segui minha vida por aqui. Campo Grande me proporcionou trabalhar na Santa Casa, onde tenho amor e orgulho do que faço. Me deu duas mães para suprir a ausência da família de sangue. Me deu um lar e um novo amor. Sou feliz por escolher Campo Grande”, declara-se.


Rivalidades a parte, após separar ela “garrou na Morena”

Agora, se a rivalidade existe entre Cuiabá e Campo Grande, para Lilidaiane Ricaldi, isso não existe não. Aos risos ela conta que veio acompanhar o marido. “Chutei o marido e garrei na Morena”, diverte-se.

Apesar disso, o começo foi bem “estranho” para Lilidaiane. “Cheguei em 2006, estranhei tanto, estranhei tudo. Como boa cuiabana sempre fui agitada, baladeira, noturna, conversadeira, dada. Mas pensei que seriam só alguns meses e só”.

A cena noturna agitada da capital vizinha foi o contraste diante da calmaria. “Estranhei o silêncio das ruas, o silêncio da noite, o açougue do bairro que fechava para o almoço, estranhei os vizinhos não virem procurar saber quem era a moradora nova da rua. Me senti sozinha”, confessa.

Só que “aquela” qualidade de vida típica de Campo Grande foi fator determinante. “Mas era um maravilhar os olhos cada vez que saia a rua. Vi os ipês em florada. Vi araras voando aos pares por sobre as palmeiras dos canteiros da Afonso Pena. Coisa surreal”, conta maravilha. Para ela, a segurança em Campo Grande é outro nível.

“Me senti segura andando na rua como nunca antes. Pude voltar a pedalar, me deliciei com o frescor que vinha junto com o cair da tarde, aprendi a fazer chipa. Descobri o tereré. E também aprendi que o povo da Morena é mesmo mais silencioso, mais fechado num primeiro momento. Mas é um povo cheio de encanto, gente que precisa ganhar confiança, gente que precisa ser conquistada! Ganhei amigos e irmãos”.

A rivalidade fica de lado quase que em forma de poesia. “Embora Cuiabá ainda viva intensamente no meu coração, hoje sou dessa Morena, sou do parque das Nações, do Mercadão, da cadeira de fio na calçada. Sou daqui. Enraizada. Nos adotamos”, declara sobre seu grande amor, Campo Grande.

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