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Dia dos Professores

15/10/2017 13:28

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Com três décadas na educação, desafio é pequeno se amor por ensinar e aprender é grande

Professora e psicopedagoga, Alda Machado divide um pouco de sua história no dia que homenageia sua profissão

Educar é um dom e ato de puro amor. Essa é a conclusão que quase trinta anos de profissão trouxeram a Alda Machado, professora e psicopedagoga, em mais uma celebração do Dia dos Professores, 15 de outubro,. Hoje ela conta um pouco de sua trajetória nesta carreira – levada entre sorrisos e desafios nem sempre tão fáceis de superar.

O sonho era de criança e teve, desde o início, Campo Grande como plano de fundo, cidade onde iniciou na educação especial e aprendeu a lidar com as diferenças humanas. “Uma das minhas primeiras grandes lições foi ter de lidar com ritmos de aprendizagem e como cada pessoa é única, o que me deu embasamento maior para seguir minha carreira com um olhar diferente ao aluno”, relata.

No início, atuou em instituições particulares de ensino e clínicas, e a busca pela especialização em psicopedagogia foi natural, para compreender e poder melhor ajudar quem está no processo de aprendizado. Após dez anos, passou para a rede pública, ao passar em concurso.

Assim começou a atuar como coordenadora pedagógica, especializada em atuar diretamente em busca de maneiras para melhor promover a educação a crianças e jovens em escolas estaduais. Com novos obstáculos pela frente e uma ‘folha em branco’ a ser escrita, a postura foi de coragem e confronto, motivada pela devoção ao ofício e às histórias de vida que fez parte.

“Enfrentamos muitas dificuldades, dos idos de 1990 até hoje houve alguns avanços, em relação a tudo, material, tecnologia, mas é basicamente a mesma grande questão, a social. Há muitos problemas em relação a isso, manter o aluno motivado em meio a uma realidade carente, de abuso de drogas, violência que vem para dentro da sala de aula... Só enxergando a importância de cada pessoa, o valor da vida, é possível seguir”, desabafa.

Sua relação com alunos e família é direta, constante e ampla, inevitavelmente se misturando com sua vida pessoal. Defensora voraz da valorização da autoestima e saúde psicológica do estudante, ela muitas vezes vai além de sua função profissional e auxilia-os com conselhos que saem do coração, afinal, acredita que o papel do professor não é só chegar à escola e seguir os tópicos das disciplinas.

Uma das lembranças mais marcantes deixou claro que valia a pena seguir pela intuição de fazer o melhor que pudesse. “Tive um aluno adolescente que era de periferia, extremamente carente, com vários problemas além de socioeconômicos, também emocionais. Eu e outros educadores, de perto, decidimos ajudá-lo, com incentivo e todo apoio, indo até a casa dele, sempre atentos e disponíveis. Anos depois, ele bateu no portão da minha casa. Ele estava prestes a se mudar para outro país, pois havia sido contemplado com uma oportunidade através de seus estudos e dedicação, e veio me agradecer. Foi extremamente emocionante”.

Aos novos professores ou a quem está a bastante tempo nesta caminhada, ela deixa uma mensagem. “Acredito que a nossa profissão exige vocação, não pode ser pelo salário, muito menos pela falta de trabalho. É preciso gostar de ouvir, ensinar e, assim, contagiar outros com essa paixão. É a nossa chance de melhorar a vida das pessoas que, no final das contas, vale a pena e a alegria no fim do dia”, finaliza.

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