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Cultura regional e bandas atuais em vinil é o diferencial de loja na Antiga Rodoviária

Underground

01 julho 2014 - 06h00Por Tainá Jara

As caixas de discos e os livros parecem ter saído diretamente dos armários do casal  Yasmin Santiago, 20 anos, e Pietro Luigi, 38 anos, tamanho é o cuidado com que são dispostas nas prateleiras e vitrines da Subcultura Records. Na verdade, parte do acervo vem mesmo de uma coleção pessoal adquirida pela dupla durante o tempo que trabalharam em livrarias de Campo Grande. Foi daí também que surgiu a experiência necessária para abrir seu próprio negócio. Produções regionais e venda de vinis de bandas atuais são o principal diferencial do espaço, que funciona há cerca de quatro meses, na Antiga Rodoviária.


Embora o espaço seja novo, o nome já é velho conhecido na cena alternativa da Capital. Muitos que curtem este estilo viveram uma 'lua de mel' de alguns meses com a Subcultura em 2007. "Abri com um colega a loja na rua 26 de Agosto, mas durou apenas seis meses", relembra. Do público que atualmente freqüenta a loja, parte vem deste período, o que contribuiu para que o espaço esteja sempre mais movimentada que outros estabelecimentos do local.


(Foto: Divulgação/Diogo Gonçalves/Ateliê Passarinho)


O trabalho com este tipo de produto deste sempre esteve presente na vida de Pietro. A contragosto, ele seguiu a tradição da avó e pai, jornaleiros no Rio de Janeiro, onde nasceu. Há exatamente 10 anos, ele se mudou para capital sul-mato-grossense e ampliou a experiência trabalhando também com livros e discos. "Meu forte sempre foi livro, desde 1994", conta.


Embora ainda estejam lá, o forte do estabelecimento hoje é a música. O número de livros é bem reduzido, se comparado com o acervo de discos. "São 1500 LPs, 1000 CDs e 200 livros", calcula Pietro. Entre eles, estão diversos escritores regionais e o destaque são os livros cartonados de Douglas Diegues, poeta da tríplice fronteira, que explora a densidade das áreas limítrofes entre o português, o espanhol e o guaraní.


(Foto: Divulgação/Diogo Gonçalves/Ateliê Passarinho)


Como o objetivo da loja é também dar espaço para artistas regionais, o acervo musical conta com álbuns de bandas alternativas da Capital, como Dimitri Pellz e Facas Voadoras, e nomes mais tradicionais como  do músico e compositor Geraldo Espíndola. Tendo também muitos músicos em sua cardeneta de clientes, eles se preocupam em  ter em seu acervo clássicos nacionais e internacionais de todos as épocas. De The Mama & The Papas a Zé Ramalho.


O local é muito procurado também por ser um dos únicos da Capital que comercializa discos de bandas atuais, que optaram por gravar no formato que surgiu nos anos 40 e parou de ser fabricado durante cerca de 20 anos no Brasil. Com o retorno da mídia, artistas nacionais como Trio Eterno, Lê Almeida, The Cigarettes, Autoramas e Wander Wildner lançaram LPs, que são comercializados ma Subcultura. Títulos internacionais como Los Mustang 66 e The Cynics também podem ser encontrados no local.


E se a falta de dinheiro é a desculpa para não frequentar o local, o casal dá a solução, já que além de venda, fazem troca e consignação de produtos. Caso esteja liso mesmo, o local também oferece boas conversas e funciona como uma espécie de espaço cultural. "A ideia é ser um local que agregue o máximo possível de pessoas", afirma.


(Foto: Divulgação/Diogo Gonçalves/Ateliê Passarinho)

Serviço: A Subcultura Records funciona geralmente das 10 as 18h, de segunda a sábado, na rua Dom Aquino, 694, Térreo (Antiga Rodoviária, ao lado das escadas).