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Na semana do Bombeiro, salvar vidas é a maior das recompensas para militar

Apesar de toda a dificuldade e dos riscos, Jeferson tem apenas uma certeza na vida: que nasceu para ser bombeiro

03 julho 2018 - 13h36Por Kerolyn Araújo

O Dia do Bombeiro, comemorado em 2 de julho, é sempre marcado por diversas ações na cidade, que aproxima o público desses profissionais que são aclamados e visto como herois, principalmente pela criançada. Para aproximadar o dia-a-dia dos militares da população, o TopMídiaNews conta hoje a história de um desses herois.

Jeferson Gomes de Oliveira tem 25 anos e entrou para o Corpo de Bombeiros há três anos. No início, ele ainda tinha dúvida sobre a escolha da profissão. 

''Não fazia ideia do que era ser bombeiro. Eu já trabalhava nas Forças Armadas, mas minha vontade era de trabalhar na busca e salvamento da Força Aérea. Resolvi fazer o concurso do Corpo de Bombeiros porque já estudava para sargento da aeronáutica. Fiz a prova, passei, mas durante o tempo de formação ainda fiquei pensandos e era aquilo mesmo que eu queria", contou.

Depois de longos nove meses de formação e de intensa dedicação, Jeferson teve a certeza que havia feito a escolha certa. ''Minha primeira ocorrência foi de uma criança que havia prendido a mão na corrente de uma motocicleta. Em seguida, entrou uma ocorrência de acidente com vítima fatal. Mas o que mais marcou no início da carreira foi algo que eu sempre via na televisão, mas não tinha noção como era. Um senhor subiu em uma torre no estádio Morenão e queria se jogar. Foram 40 minutos de conversa para que ele desistisse. No final, conseguimo salvá-lo''. Depois da ocorrência, Jefeson acabou se interessando pela área de fez um curso de especilização em tentativa de suicídio.

(Jefeson durante um dos cursos de especialização. Foto: Arquivo Pessoal)

Depois de uma breve passagem por Campo Grande após o término da formação, Jeferson passou um ano atuando na cidade de Costa Rica e mais um em Bataguassu. E foi na primeira cidade do interior que o militar passou por um dos momentos mais marcantes da carreira até hoje. 

''Estava de folga quando passei no quartel da cidade para falar com os colegas que estavam de serviço. Por volta das 16h entrou uma ocorrência de incêndio em carreta. A princípio era apenas a queima da carga, mas quando chegamos ao local era colisão entre uma carreta carregada de disel com outra carregada de carne. O diesel espalhou na pista e pegou fogo em tudo", relatou.

Segundo o militar, a ocorrência exigiu muito esforço dos poucos militares que atenderam o caso. ''Foi uma ocorrência complicada. Quando chegamos, não conseguimos nos aproximar por causa das explosões. Só tinha um caminhão de incêndio. Uma empresa acabou mandando um caminhão pipa para ajudar, mas o motorista acabou perdendo o freio quando chegou ao local e, para não bater nos outros dois veículos que estavam pegando fogo, jogou para a pista da direita e tombou".

Os militares conseguiram salvar os ocupantes do caminhão pipa, mas as vítimas dos outros dois veículos acabaram carbonizadas. A ocorrência, que teve início por volta das 16h, foi finalizada apenas às 4h do dia seguinte.

Apesar de toda a dificuldade e dos riscos, Jeferson tem apenas uma certeza na vida: que nasceu para ser bombeiro.

''A dificuldade não é apenas criar coragem em enfrentar os desafios, mas sim o receio de não conseguir salvar uma vida ou resolver aquilo que nos foi dado. Tem vez que a gente tem que ser corajoso. Quando se trata de uma vida e você tem o conhecimento, a técnica e a oportunidade de fazer algo, você faz. Você só vai pensar no risco depois que ele passa. É claro que a gente sempre respeita os limites, se atenta aos riscos, porque é isso que a gente aprende. Temos o espírito de bombeiro, a vontade de salvar".

E para quem todo dia salva vidas, o reconhecimento da população é o melhor presente. ''Às vezes é uma ocorrência simples para nós, mas para quem recebe o atendimento é algo muito maior. Uma vez, no interior, transportamos uma moça que estava tendo um AVC (Acidente Vascular Cerebral) para o hospital. Quando ela recebeu alta, foi até o quartel e deu uma cesta de café da manhã para cada militar que atendeu a ocorrência. Para nós foi algo tão normal, mas pra ela significou muito".

Para quem quer entrar para a corpoção, Jeferson deixa um recado.''Precisamos de mais  bombeiros que sintam, de fato, amor pelo o que fazem na profissão. É o principal".