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13/08/2017 07:10

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Quando o câncer chega, filho demonstra amor na cura e agora homenageia o pai guerreiro

Agora, Fábio homenageia o pai em uma carta enviada ao TopMídiaNews

Filho mais velho do músico Flávio Paes, 58 anos, Fábio, 33, pode comemorar ainda mais o Dia dos Pais neste 2017. E a homenagem não será por menos: neste agosto, quando se comemora a data, vem a mais esperada notícia, a cura quase definitiva do câncer, doença que colocou à prova a história de um homem trabalhador e de um filho.

Ainda faltam dois anos de acompanhamento médico. Mas, agora, Fábio homenageia o pai em uma carta enviada ao TopMídiaNews. A todos, vale a leitura:

“Calma pai, tudo dará certo!
Sempre deu”!

Entre todas as estórias que tenho para contar com meu pai, e acreditem são muitas mesmo, escolhi uma aonde temos ao mesmo tempo a união do amor e a fé. Pai herói todos têm, mas um pai herói e músico só eu. 

Desde minha infância faço questão de carregar estampado em meu peito o orgulho que tenho dele, nós já brigamos, nos ofendemos, ficamos algum tempo sem nos falarmos, mas no final olha lá os dois juntos na mesa de novo para um almoço regado a risos.

Nunca vi um homem com tamanha opinião própria, sempre foi o pai, o chefe da casa, o portador dos conselhos, mesmo quando não pedimos conselhos; admiração não, amor mesmo.

Há três anos o guerreiro foi posto à prova mais uma vez, de uma gripe que não havia cura até o resultado dos exames finais veio a notícia, câncer na base de língua e pregas vocais, tumor de células de tipo agressivo, tratamento médico proposto, retirada de língua.

Pela primeira vez eu vi meu guerreiro desarmado, olhando para mim como quem diz:

-Por favor, fala que não é assim, que temos outra saída.

Ele e eu diante do médico perguntei sobre tratamentos menos invasivos, como a radioterapia associada a quimioterapia, o médico disse que estudaria a possibilidade.

Músico por profissão, seria decretar a morte do paciente retirando a língua que desde os seis anos de idade tanta alegria trouxe a família através de suas canções, embarcamos em mais ou menos oito meses de guerra contra a doença.

A radioterapia foram 39 sessões, as sessões eram realizadas diariamente, a quimio era realizada uma vez por semana.

Neste período, vi meu pai emagrecer, perder a voz, deixar de salivar e precisar de uma sonda nasal para poder se alimentar, ali enterrava-se a vaidade de um homem forte, e víamos se esvair toda a fragilidade da vida humana, eu não podia desmoronar, afinal, quem sempre foi meu alicerce agora precisava de apoio, e este apoio era eu.

Perdi um emprego pela quantidade de atestados que entreguei no trabalho, mas fazia questão de acompanhá-lo em cada consulta, de vermos a evolução do tratamento. Quem sempre me tomava nos braços agora pedia um ombro amigo, gaúcho e orgulhoso durante o período em que esteve com a sonda pouco saia de casa.

Após a terceira semana de tratamento foi feito uma festa no CTG (Centro de Tradições Gaúchas), para comemorarmos, meu guerreiro foi posto à prova de fogo e com louvor foi aprovado, agora com 60 quilos dos 90 que tinha, era necessário tocar o barco e recuperar a autoestima perdida.

Pai, eu posso escrever mil páginas aqui para você, e nunca vou conseguir terminar de dizer que sempre temos outra saída, a saída sempre será a união, o amor e a família, coisas que você me ensinou.

Nessa última semana voltamos ao médico, passamos pelo terceiro ano de acompanhamento sem que a doença voltasse a se manifestar, remissão total do tumor sem precisar daquela cirurgia que deixaria mais que sequelas no corpo, deixaria a alma marcada, o médico sorridente disse, agora corremos pouco risco que ela volte.

Guerreiro a luta continua, mas agora sabemos onde e como nos apoiar, afinal, família é isso né!

FELIZ ANIVERSÁRIO E FELIZ DIA DOS PAIS, AMO VOCÊ PAPAI.”

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