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Campo Grande

31/03/2018 07:00

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Abrigo de usuários: orla ferroviária se transforma em 'mercado' de drogas na Capital

Prefeitura estuda uma solução para o local desde 2017

O que tinha tudo para ser mais um ponto turístico de Campo Grande, se transformou no principal ponto para comercialização de entorpecentes. Basta caminhar pela Orla Ferroviária, a partir do cruzamento da Avenida Calógeras com a Mato Grosso, para perceber a grande movimentação de usuários na região.

Entre as plantas, andarilhos e usuários revezam para ‘tirar um ronco’, mas a todo momento, surge um novo rosto atormentado pelo uso de substâncias tóxicas. Um tapeceiro que atua na região há dois anos acompanhou a equipe do TopMídiaNews durante o trajeto. Ele afirma que já contou mais de 15 pessoas fazendo o uso de drogas em um espaço na esquina da Avenida Calógeras com a Rua Maracaju.

Marcos, 60 anos, como prefere ser identificado, afirmou que o local desvaloriza os comércios que ainda sobrevivem ao cenário vazio que se tornou a região da Orla. “Isso é muito ruim para os comércios, basta olhar para ver como está feia essa região, tudo pichado, tudo velho, sem movimento. São poucos comércios que resistiram e ainda resistem a isso aqui, é triste”.

O tapeceiro destaca ainda que a maioria dos usuários é jovem, mulheres e homens que estão à ‘mercê do azar’. “É complicado dizer que não tem mais saída, eles estão à mercê do azar, mas tem que ter uma saída dessa vida. Você fica observando e vê a movimentação de um passando droga para o outro, deles entre as plantas, uns dormindo, outros usando droga, é uma vida complicada. Muitas pessoas evitam passar aqui, evitam o trajeto, que tinha tudo para ser um lugar lindo para a população. Alguns utilizam uniforme da escola para ficar no local, como se fossem estudantes”.

Sobre os vagões, alguns depredados e outros trancados, Marcos diz que a dona desistiu de tentar vender comida, já que ninguém vai ao local. “É muito usuário, as pessoas não querem parar nesse local para comer. A dona desistiu de vender as coisas aqui, não vende, então ela já nem abre mais”.

Algumas pedras estão soltas próximo do trilho que ficou como enfeite na Orla e, conforme o tapeceiro, os próprios usuários arrancaram a pedra do solo para guerrear entre grupos. “Eles arrancaram e deixam soltas porque servem como arma quando brigam. Esses dias mesmo, tinha um perto do vagão e outro entre as árvores, um falou algo para o outro, que começou a correr atrás, pegou uma pedra e foi atrás do outro. É a munição deles”.

Promessa ainda não cumprida

Em setembro de 2017, a prefeitura garantiu que estudava uma solução para o local ser bem utilizado, após incêndio em um dos vagões. "Estamos sem projetos e precisamos de recurso financeiro para mantê-las. Vou ver com a Sectur e Sedesc sobre qual destinação podemos fazer. 

Nós precisamos fazer a limpeza antes de tudo nesses locais para que possamos atrair investidores para lá. Mas, por enquanto, não temos projetos", disse o prefeito Marquinhos Trad (PSD) na época.

O TopMídiaNews entrou em contato com a prefeitura, que afirmou que medidas "estão sendo discutidas pela Sectur, Semadur e Planurb para revitalização e a reforma da Orla Ferroviária, no trecho que compreende desde a Avenida Afonso Pena até a Avenida Mato Grosso (Trecho Principal da Orla Ferroviária) e a  Guarda Municipal faz rondas pelo local”.

Orla Ferroviária

A Orla, que ocupa o antigo espaço da linha férrea foi entregue pelo ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho  no dia 22 de dezembro de 2012.  A orla tem 900 metros e se estende da Avenida Mato Grosso à Avenida Afonso Pena com um espaço na área central da cidade cujos elementos arquitetônicos retratam importante período do desenvolvimento da cidade.

O local também seria utilizado para um espaço gastronomico, mas o projeto não saiu do papel. 

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