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Campo Grande

25/06/2017 18:10

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Com luminárias de LED encalhadas em depósito, moradores sofrem com escuridão na Capital

Escuridão já causou acidente onde idosa fraturou o rosto no Parque do Lageado

Enquanto 16 mil luminárias com tecnologia de LED estão encalhadas em depósito municipal, moradores do Parque do Lageado, em Campo Grande, sofrem na escuridão e ainda tem de conviver com o desperdício de lâmpadas acessas durante o dia.

As peças novas que, se instaladas poderiam evitar acidentes, estupros e roubos, estão no depósito da Secretaria Municipal de Infraestrutura, aguardando decisão judicial que vai permitir ou não a instalação delas.

O contrato com a empresa fornecedora, realizado em 2016, foi considerado ilegal, já que na modalidade em que foi feito, por meio de carona em pregão presencial, vai contra decreto municipal que só permite esse tipo de negociação em casos de contratações frequentes.

O Ministério Público Estadual acionou a Justiça, que ainda não apreciou o mérito do caso, mas emitiu liminar suspendendo a instalação dos equipamentos. 

(16 mil lâmpadas aguardam decisão judicial para serem instaladas - Foto:Wesley Ortiz)

 Descaso

Quem sofre com esse impasse é o morador da periferia. Um exemplo do descaso é visto no depoimento da idosa Tereza de Jesus Freitas,79. Em março deste ano, ela voltava da igreja pela Rua Osvaldo Santos, quando tropeçou em uma pedra, caiu e  fraturou o rosto.  

''Estou até agora sem dentes. A dentadura quebrou na parte de cima e na de baixo. É muito ruim ficar sem dente na boca'', lamenta.  A idosa teve de tomar muitos medicamentos, mas ainda não terminou o tratamento pois os exames pedidos não ficaram prontos.

Na esquina da rua onde a idosa mora, a luz do poste não faz muito efeito à noite, já que um ninho de passarinho tapa a lâmpada. Em outro ponto bem próximo, existe o poste, porém fica ligado durante todo o dia e gera desperdício de energia, que é cobrado na conta dos moradores.

(Tereza - à esq e Joicemara são vítimas da falta de iluminação pública no Lageado)

Aliás, conta de energia tem sido um motivo de transtorno na vida da dona de casa Joicemara Domingues da Silva, 27. O valor da conta dela ficou em R$ 235 em abril e R$ 205 em maio. Segundo a moradora, o alto preço sem justificativa pode ser por conta da luz do poste que fica acesa durante o dia.

''Liguei na Energisa e fui mal atendida. A atendente mandou eu ligar na Prefeitura'', relatou. Silva diz que não pode arcar com uma despesa dessa, já que vive de pensão e do bolsa família.

(Moradores dizem que vida é dura no Parque do Lageado)

Mais problemas

Não é preciso caminhar muito pelo bairro da região sul para comprovar o desperdício de energia. Na Rua Francisco Gonçalves Figueiredo, há pelo menos quatro lâmpadas acesas durante o período vespertino.

O morador de uma das casas da rua, Robson Moacir, 41, vive há 30 anos no bairro e se diz revoltado com a situação. Ele lembra ainda que está por vir a cobrança retroativa da Cosip, conhecida como taxa de iluminação pública. Porém, na visão dele cobrar ou não cobrar a taxa não faz diferença. 

''Tem muito tempo que vivemos no escuro. A luz desse poste aqui na frente piscava, acendia e apagava. Agora, nem acende mais''.

''Se for cobrar tem que ter iluminação pública. O tempo que ficou parada [a cobrança] não fez diferença nenhuma para nós, porque continuamos no escuro.

Moacir lamenta pelo fato de não ser atendido quando faz reclamação na prefeitura. ''Não adiante reclamar não, já ligou, mas não tem jeito''.

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