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Campo Grande

Exposição em MS que deputados querem censurar encerra em três dias

Parlamentares alegam que quadros contêm supostas imagens pornográficas e de estímulo à pedofilia

14 setembro 2017 - 14h50Por Airton Raes

A exposição “Cadafalso”, exibida no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (Marco/MS), que os deputados estaduais querem censurar por conter supostas imagens pornográficas e de estímulo à pedofilia, fica exposta somente até domingo, 17 de setembro.

Somente dois meses após a abertura da exposição e três dias antes de seu encerramento, os deputados estaduais tomaram conhecimento dos quadros, que foram alvos de protestos por parte dos parlamentares.

O deputado Lídio Lopes (PEN) fez a denúncia de que, no Marco, estavam sendo expostas pornografias e que escolas estavam sendo levadas para assistir a exposição. “É espantoso uma exposição no Marco, no Parque dos Poderes, exatamente com as imagens obscenas, igual ao do Santander Cultural, e levando crianças para visitar o Marco. Isso, para nós, é de tal indignação, não podemos admitir que nossas crianças sejam estimuladas a isso”, pontou.

A diretora do Marco, Lúcia Monte Serrat, afirmou que nos dois meses de exposição, esta foi a primeira movimentação contrária. “Eu convido eles a irem ao Museu para fazermos o debate qualificado. Nesses meses, muitas pessoas passaram pela exposição. Temos equipes de plantão para que possa explicar e checar a intenção, que é a reflexão”, disse.

Lúcia explicou que a Exposição “Cadafalso” fica de portas fechadas a pedido da própria artista e possui um aviso na porta avisando que o conteúdo é impróprio para menores de doze anos. “Nossas atendentes ficam recebendo os visitantes. Avisam que não pode entrar crianças. Nós orientamos. Fazemos a discussão. O objetivo do trabalho é fazer uma discussão sobre o assunto com pertinência. A gente não está para agredir ninguém. É um trabalho artístico muito bonito”, disse.

O deputado Paulo Siufi (PMDB) defendeu que os quadros sejam “arrancados” de forma imediata do Museu. “Fico com muita tristeza verificando as imagens. Essa casa não pode simplesmente fazer uma moção de repúdio. Precisa agir de forma séria. É museu aberto com dinheiro público, não pode colocar imagens obscenas e pornográficas. Isso não é arte. Não quero mais saber. Atitude energética e imediata. Vamos arrancar esses quadros”, disse.

O conjunto de pinturas chamado “Cadafalso” é de autoria da artista plástica Alessandra Cunha, de Uberlândia (MG), uma das quatro artistas da Segunda Temporada de Exposições 2017. As obras foram criadas para tratar de um assunto sempre presente na sociedade: o machismo. Em um momento em que o feminismo se ergue forte nas manifestações de desejo de igualdade, homens e mulheres começam a perceber e lutar para dar um basta nas violências.