O prefeito Marquinhos Trad (PSD) disse, na tarde desta terça-feira (11), que vai vetar projetos de lei que contêm reajuste salarial acima da inflação, de 4,28%.

''No momento posso afirmar somente a mim, a vice e secretários. Com relação aos vereadores ainda não recebi o projeto para analisar a técnica redacional'', explicou o prefeito.

O reajuste do próprio prefeito, caso a lei municipal seja aprovada, será de 73,72% e passa de  R$ 20.412,42 para R$ 35.462,22, de forma escalonada.  

O salário dos vereadores campo-grandenses, conforme o projeto de lei, deve subir 26%. Ou seja, quase sete vezes mais do que a inflação do período. No entanto, neste caso, como se trata de uma emenda à lei orgânica do município, não haveria necessidade de sanção do prefeito. Mas, o prefeito pode editar um decreto em que ele rejeita a proposta do reajuste.

A onda de reajustes salariais começou com aumento de 16,38% nos proventos dos ministros do Supremo Tribunal Federal, aprovado pelo Senado Federal.

O aumento no salário em nível federal gera efeito cascata em todos os outros níveis do funcionalismo público e poder legislativo. No caso dos deputados estaduais, por exemplo, o salário deles pode chegar a até 75% do que ganha os parlamentares federais, R$ 33,7 mil. Da mesma forma, os vereadores de Campo Grande podem receber até 75% do que ganham os  estaduais.    

Aumento foi criticado por grupos organizados. (Foto: André de Abreu)

A segunda votação da emenda à lei orgânica do município, que autoriza o reajuste nos vencimentos dos vereadores, prefeito, vice-prefeita e secretários municipais deve ocorrer antes do natal.

Na manhã desta terça-feira, a sessão na Câmara Municipal foi tumultudada, já que grupos organizados contra o reajuste salarial gritavam e condenavam a proposta dos 22 vereadores. Cinco parlamentares não votaram e dois foram contra.