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Campo Grande

Na Capital, motoristas de caronas pagas não temem criação de app sem taxa para taxistas

Caso copie ideias de SP e Rio, prefeitura de Campo Grande dará suporte para táxis competirem com demais aplicativos de transporte

21 outubro 2017 - 09h30Por Amanda Amaral

Em meio ao ‘imbróglio’ entre a prefeitura de Campo Grande e os aplicativos de empresas de transporte, como Uber, K-rona Gold e o recém-anunciado 99Pop, há a possibilidade de um novo capítulo que beneficiaria os taxistas. Isso porque, se decidir copiar iniciativas do Rio de Janeiro e São Paulo, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) poderia oferecer aplicativo próprio aos motoristas de táxi, que não pagariam taxa extra e poderiam aumentar competitividade de preços.

O app pretende preservar a atividade dos taxistas após a concorrência dos aplicativos de carona e reduzir as taxas e custos dos motoristas que possuem alvará municipal. Essa é uma tentativa de o poder público diminuir a pressão sofrida pela categoria dos taxistas após a liberação de aplicativos de carona para motoristas comuns.

Diferentemente dos aplicativos existentes no mercado, que cobram do taxista taxa de até 25% do valor da corrida, o SP Táxi de João Dória (PSDB) e Táxi.Rio de Marcelo Crivella (PRB) não vão cobrar nenhum percentual e o motorista ficará com 100% do valor. A Prefeitura afirma também que o aplicativo permite que os motoristas atuem como agentes de zeladoria da cidade, informando ocorrências como semáforos inoperantes, queda de árvore e outros problemas da cidade em tempo real.

Campo Grande

Apesar de todo o incentivo aos taxistas, a ideia parece não assustar quem trabalha com os serviços de caronas pagas na capital de Mato Grosso do Sul, caso seja de fato implantada por aqui. Para os motoristas consultados pela reportagem do TopMídiaNews, quem decide o que é melhor é o usuário e os ‘benefícios’ ao táxi não influem diretamente na qualidade do serviço que já é praticado.

Conforme Wellington Dias, presidente da AMU (Associação de Aplicativos de Mobilidade Urbana) e motorista do Uber, não há como ser contrário a livre concorrência. “O mercado vai se adequando, a gente sabe que a disputa pelo mercado é natural, portanto somos favoráveis a todo mundo ter espaço. O aplicativo é só um meio de acesso, a Coopertáxi já atua aqui, mas não garante as corridas”, pontua.

O representante da categoria adiciona que aguarda pela regulamentação federal e afirma que vai acompanhar as discussões de perto em Brasília, na próxima semana. “Nós vamos esperar essa decisão em instância acima da prefeitura, já que não aceitamos os termos impostos por ela”, conclui.

Para o estudante Carlos Andrada, que é motorista do Uber e pretende se cadastrar também no 99Pop, só há como se ter noção de como deve interferir nos outros serviços quando e se o aplicativo de táxis da prefeitura for uma realidade. “Pelo que sei, o do Rio está em caráter experimental, ninguém sabe como vai funcionar direito, e o de São Paulo vai começar só ano que vem. Me informo sobre essas coisas para ver até onde vale a pena trabalhar para esses aplicativos, mas acho que tem que ter uma solução que não prejudique nenhum dos lados e nem o consumidor”, opina.

A reportagem tentou entrar em contato com o prefeito Marquinhos Trad para sondar a hipótese do desenvolvimento de um aplicativo nos moldes citados, mas não conseguiu retorno até a publicação desta matéria.