O ensino religioso tem como objetivo principal refletir e despertar valores de diversas religiões existentes na sociedade. Uma disciplina voltada para compreensão das diferentes formas de religião. No entanto, não é sempre assim nas escolas, o que é motivo de discórdia entre muitos campo-grandenses.

O ensino dessa disciplina pode ser de duas maneiras, a confessional, quando apenas os costumes e tradições de apenas uma religião são ensinados. E a interconfessional, quando são repassados ensinamentos de vários grupos religiosos.

Em 2017, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), e alterou as orientações sobre o ensino religioso nas escolas na educação infantil, nas versões anteriores da base, a disciplina havia sido excluída, mas foi recolocada e aprovada. Agora as escolas devem elaborar seus currículos e programar as mudanças até o começo de 2020.

No entanto, mesmo que a determinação inclua a disciplina na grade curricular, como a Constituição Federal de 1988 garante que o Brasil é um estado laico, ou seja, não pode interferir ou defender doutrinas religiosas, a disciplina se torna facultativa, não sendo obrigatório ao aluno cursá-la.

Pensando nisto, a equipe do TopMídiaNews foi as ruas de Campo Grande para saber: afinal, cabe a escola ensinar sobre religião?

Para Fernando Campos, 26 anos, a disciplina não deve ser ensinada nas escolas, pois  ele acredita que religião vai da crença de cada um, e que  não cabe à escola e professores ensinar os ritos de cada uma, mas sim aos praticantes da mesma.

Para Ariel Dorneles, 27 anos, apesar da experiência que teve enquanto cursava o ensino básico, o ensino da disciplina seria no mínimo “interessante”, considerando que as práticas religiosas fazem parte da história,

“É história deveria ser abordada. Inclusive a nossa de quando os portugueses invadiram o Brasil, chamando de descobrimento, e obrigaram indígenas a aderirem às suas crenças. Penso que um ensino religioso que pense diversas religiões é algo bem-vindo. Pois a proposta não pode ser a de ensinar uma religião, mas de se conhecer melhor sobre ela, aspectos históricos. O problema é que o ensino no Brasil não é assim. Eu tive que essa matéria na escola e éramos obrigadas a ler a bíblia e falar sobre os acontecimentos envolvendo Cristo”,  relembra inconformada.