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Campo Grande

22/10/2017 07:00

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'Novela' da casa própria continua sonho distante para ex-moradores da Cidade de Deus

Acordo com a população era que as obras das residência terminassem em três meses, mas já se passaram quase dois anos

O que segundo o ex-prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP) ficaria pronto em um prazo de no máximo 90 dias, virou 'herança' e até agora, quase dois anos depois, as casas dos moradores da favela Cidade de Deus ainda não ficaram prontas. O acordo com a população era que as obras das residência terminassem em três meses, mas já se passaram quase 24 meses depois, já teve mudança de prefeito e grande parte das pessoas continuam morando em barracos.

Em março de 2016 centenas de moradores da Cidade de Deus foram divididas e transferidas para quatro lugares diferentes: Pedro Teruel, Bom Retiro, Canguru e Vespasiano Martins. Com o sonho de ter a casa própria se mudaram, mas tudo não passou de promessas que não foram cumpridas.

Elisangela Guimares, 41 anos, diz que mora na favela há quatro anos. A mulher reside com os filhos em um barraco e a casa própria ainda é um sonho distante para a diarista. "Algumas pessoas conseguiram a moradia, mas a maioria ainda não. Quando perguntamos quando a obra vai retomar, só dizem que vai ser no ano que vem. Passamos a não acreditar mais em nada, só fazem promessas para aparecerem na televisão fingindo estar fazendo algo para a população, mas a realidade é bem diferente", disse.

A mãe de Elisangela, que também tinha um barraco na Cidade de Deus, foi transferida para o Vespasiano Martins, mas a idosa revela que o material que as residências foram feitas é de péssima qualidade e tudo está estragando, mesmo com pouco tempo de uso.

"As vigas de madeira entortaram, as paredes ficam minando água. Acredito que tudo foi feito com o pior material que existe. Nem todas as casas que estão prontas foram feitas pela prefeitura. Casados de ficarem esperando, algumas pessoas terminaram sozinhas mas quem não tem condições, precisa continuar morando em barraco", destacou a idosa.

Com o período das chuvas tudo piora, já que os barracos alagam, quem mora nos loteamentos perde o pouco que tem e a única coisa que ouvem da prefeitura é um pedido de paciência. A revolta da espera é tão grande que os moradores já fecharam a BR- 262 várias vezes em forma de protesto, mas nada adiantou.

Ricardo Pereira de 29 anos mora com a esposa e quatro filhos em um barraco de lona e também mesmo difícil, ainda espera um dia conseguir realizar o sonho de ter uma casa para morar.

"Aqui onde eu moro não temos infraestrutura nas ruas, a iluminação pública é cobrada, mesmo sendo péssima. Quando chove destrói nossos barracos, ficamos na escuridão e na lama", diz desapontado.

A equipe de reportagem tentou entrar em contato com Prefeitura Municipal de Campo Grande, perguntando o município já tem uma previsão para retomar as obras das casas desses moradores, mas até o fechamento desta matéria ninguém respondeu. 

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