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Operadora migra linhas sem autorização e empresário fica sem telefone no dia do aniversário

Funcionário da Vivo se passou por empresário para autorizar portabilidade e causou diversos transtornos na vida do consumidor

16 agosto 2017 - 19h00Por Diana Christie

É seu aniversário, expectativa de felicitações, planos com os amigos, mas de repente, você fica off-line e todas as sete linhas de telefone que possui ficam mudas. O drama, que para os mais conectados pode até parecer história de terror, foi exatamente o que aconteceu com o empresário Orlando Sampaio Guimarães Filho, 43 anos.

Dono de uma autorizada em revenda da Brastemp e da Cônsul, a Central Service, o empresário conta que o seu contrato com a empresa Claro estava prestes a vencer quando recebeu uma oferta tentadora da Vivo para migrar as sete linhas que possui, tanto para uso pessoal quanto para atendimento na empresa.

Como qualquer consumidor em seu lugar faria, Orlando aceitou a oferta, feita pela empresa Evolua Telecom (foto), e autorizou a migração, que somente seria efetuada após a entrega dos novos chips, especialmente para não interromper o serviço e prejudicar as vendas da empresa. No entanto, antes que a mudança fosse realizada, a Claro entrou em contato e apresentou uma contraproposta melhor ainda.

Feliz com a possível economia de mais de R$ 450, o empresário não pensou duas vezes e aceitou continuar com a primeira empresa, avisando o cancelamento da migração para a Vivo, isso respeitando o prazo de arrependimento de sete dias estabelecido pelo artigo 49 do CDC (Código de Defesa do Consumidor).

Foi então no seu aniversário, comemorado dia 12 de agosto, que Orlando teve a surpresa nada agradável. Por volta das 9h, todas as linhas de telefonia que possui foram canceladas. Nem o seu celular pessoal, nem o da esposa funcionava. Mesmo os números menos utilizados e telefones fixos estavam mudos.

Neste dia tão importante, a mãe de Orlando não conseguiu parabeniza-lo. O irmão também não conseguiu contato e perdeu de visita-lo. Para conseguir falar com alguém, o empresário tinha que ficar em casa e usar o Wi-Fi. “Só conseguia ligar pelo WhatsApp. Estou com dois carros no ShopCar e não tem como me encontrar. Olha o prejuízo”, relata.

Em contato com a Claro, foi que veio a surpresa: alguém tinha se passado por Orlando e autorizado a migração das linhas para a Vivo. Com os protocolos das conversas em mãos, ele conta que uma pessoa, possivelmente funcionário da representante da Vivo, ligou para a outra operadora fingindo ser ele e solicitou o cancelamento de quatro linhas, além da portabilidade das outras três.

“Se não tivesse ocorrido isso, eu nem iria ficar sabendo. Com essa suspensão eu ainda teria que pagar R$ 1,5 mil de multa para a Claro”, explica o empresário.

Em conversa com a empresa Evolua Telecom, representante da Vivo que realizou a operação não autorizada, Orlando esclareceu o problema e pediu o cancelamento da portabilidade para ter os números de volta. Enquanto isso, o gerente da empresa enviou novos chips com linhas da operadora para que o empresário possa amenizar as perdas durante o período, porém nada foi resolvido ainda, três dias após as linhas originais pararem de funcionar.

Com prejuízos financeiros e emocionais, Orlando aguarda ainda as cópias integrais das ligações sobre a transação para procurar o Procon/MS (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor) e a polícia para registrar o boletim de ocorrência. Se comprovado o caso, o funcionário em questão pode ser responsabilizado por falsidade ideológica e fraude, afinal se passou pelo empresário para efetuar a troca de operadora.

Outro lado

Por telefone, a empresa Evolua Telecom confirmou que está atendendo as reclamações do empresário Orlando, mas alegou que não poderia dar detalhes da situação por uma questão de sigilo entre operadora e clientes, se comprometendo a atender eventuais solicitações do Procon/MS e do advogado do empresário. Apesar disso, a representate da Vivo garantiu que realizou o desligamento de um funcionário identificado apenas como Luiz Fernando Carneiro, suspeito de efetuar a fraude.