Já imaginou pagar taxa de iluminação todo mês, mas na hora de usufruir do que é oferecido não ter? Tem gente sentindo isso na pele há mais de nove meses em Campo Grande e, ao tentar solucionar o caso, só encontra o silêncio. A moradora do jardim Bálsamo, Alyne Evangelista de Souza, 31 anos, registrou o ‘breu’ que o local se torna durante a noite e garante que não sai de casa com medo de ser abordada na escuridão.

“Eu não saio de casa durante a noite, não tem como sair, é perigoso, não dá para enxergar nada aqui. Até mesmo para fazer esse vídeo eu fiquei com medo, vim rapidinho porque quando eu falo, a prefeitura não responde, então quem sabe filmando eles conseguem sentir um pouquinho do que passamos aqui”, diz a autônoma.

Alyne relembra ainda que, ao precisar de atendimento hospitalar durante a Páscoa deste ano, teve a casa invadida por bandidos. “Eu fui internada e minha mãe veio aqui em casa para pegar os chocolates porque eu trabalho com doces, quando ela entrou na minha casa, estava tudo revirado, levaram tudo. Levaram comida, levaram os doces, é uma vergonha porque não podemos nem ficar doente, que o bandido aproveita a escuridão, entra e ninguém vê”.

Ao falar da taxa de iluminação pública que paga mensalmente no valor de R$ 28,80, ela avalia que daria para ser investido na compra de eletrodomésticos, já que não existe luz na Rua Adélia Amado, no bairro Jardim Bálsamo. “Pagamos há nove meses esse valor, já dava para comprar um eletrodoméstico para a minha casa, investir em algo que ajudasse no orçamento da casa, mas não, pagamos pelo que não temos”.

Assim como Alyne, Samuel dos Santos, 49 anos, relata que a região toda enfrenta o mesmo problema. “Não é só na Rua Adélio, o nosso bairro todo está assim. De noite é melhor ficar dentro de casa porque, se sair na rua, é capaz de ser assaltado aqui. É um dos melhores pontos para bandidos, ninguém enxerga nada”.

O TopMídiaNews entrou em contato com a prefeitura da Capital, mas até o fechamento desta matéria nenhuma resposta foi encaminhada.