O estado de Mato Grosso do Sul teve a primeira morte confirmada pela gripe H3N2 nesta quinta-feira (22), conforme divulgado no boletim epidemiológico da Secretaria do Estado de Saúde (SES). A paciente, de 58 anos, morreu no dia 17 de março - seis dias após os primeiros sintomas, em Campo Grande. Ivete dos Santos Lescano permaneceu por três dias sem atendimento adequado, na ala emergencial do Centro Regional de Saúde (CRS) Coophavila II, e nos dois últimos dias de vida, no Hospital El Kadri, onde foi feito o diagnóstico.
A vítima deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Leblon, no dia 11 deste mês, com tosse, febre e dificuldades de respiração. Os sintomas teriam começado um dia antes, mas após fazer o exame de sangue ela foi medicada e liberada para casa. Cerca de 24 horas depois, a paciente procurou outra unidade hospitalar onde ficou em observação na ala vermelha e foi transferida para um hospital.
Sem sucesso no tratamento com antibióticos, no dia 13 de março a mulher coletou material para o exame de influenza e foi entubada. Um dia depois ela foi transferida com saturação de 95% e pressão alta para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do El Kadri em estado grave.
No dia 15 deste mês, já diagnosticada com H3N2, o quadro de saúde da vítima piorou drasticamente e ela acabou morrendo dois dias depois da confirmação da doença.
O caso de Ivete dos Santos Lescano foi denunciado pela reportagem do TopMídiaNews, na quarta-feira (14), quando seu estado de saúde já era considerado crítico e, na mesma noite, ela foi transferida. Sem exames e tratamento que necessitava no CRS, ela teve piora significativa das funções renais em pouco tempo, e entubada, seus rins pararam de funcionar no terceiro dia desde o surgimento dos primeiros sintomas.
A família buscou pela Defensoria Pública do Estado para transferi-la a um hospital antes e, apesar da ordem judicial, a tentativa de regulação para o encaminhamento foi frustrada pela falta de leitos.
H3N2
A Influenza A, subtipo H3N2, é um dos subtipos de vírus que causa a gripe. O H3N2 é cada vez mais abundante em gripes temporais, que mata cerca de 36 mil pessoas nos Estados Unidos a cada ano. No Brasil, historicamente, o H3N2 é o segundo tipo de vírus mais comum, depois do influenza H1N1, apesar de em 2017 ter representado o maior número de casos de gripe.
