A reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) está sendo ocupada desde o início da manhã desta sexta-feira (20), por um grupo de estudantes que protestam contra o fechamento do curso superior de Educação do Campo.
Os estudantes estão acampados no pátio da reitoria e reivindicam a reabertura do processo seletivo para a entrada de novos alunos no curso de licenciatura em Educação do Campo. Eles pedem para ter uma conversa com o reitor da universidade, Marcelo Augusto Santos Turine.
“Estamos há muito tempo tentando falar com o Turine, mas ainda não conseguimos. Querem que a gente converse com o pró-reitor, mas já fizemos isso e não adiantou. O curso abriu em 2014 e até agora só teve duas turmas, queremos que tenha a terceira. A faculdade alega falta de recursos e ainda disse que que a Educação no campo sai mais caro do que o curso de medicina para a universidade. A maioria dos alunos são do interior do Estado, eu por exemplo, moro em um assentamento na cidade de Sidrolândia e percebo a necessidade dessa formação. Onde eu moro existem pelo menos quatro escolas, só no mesmo assentamento. Somos trabalhadores do campo e queremos que nossa população seja capacitada para dar aulas para essas crianças”, disse a manifestante Regina Modesto.
Além dos cerca de 150 alunos que fazem o curso, o protesto também teve apoio de estudantes de outras áreas, além de pessoas do MST (Movimento Sem Terra). Jucelma Melo de 52 anos também mora no campo e destaca a necessidade do curso para as pessoas que dependem da terra para sobreviver.
“O curso é uma oportunidade para quem vive nessas áreas. Queremos que moradores de assentamento adquirem conhecimento para levar o estudo para nosso território. Acredito que o que dificulta é ver o pobre, a pessoa do assentamento estudando. Querem nossos filhos nos semáforos pedindo esmo”, desabafou.
Com microfone, som e gritos de protesto, os alunos aguardam manter um diálogo com o reitor e garantem ficarem no local até que isso aconteça.
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