Pacientes que estavam a espera de cirurgias eletivas na Santa Casa da Capital tiveram os procedimentos cancelados. O motivo seria que os médicos que trabalham sobre regime de contratação por pessoa jurídica (empresa) estão sem receber há dois meses e os médicos contratados em regime celetista (carteira assinada) também estariam sem receber as horas extras.

A informação foi confirmada por uma médica do hospital que pediu para ter o nome preservado. “Ficam sem receber meses, nós que trabalhamos com carteira assinada estamos há meses sem receber horas extras e nem greve podemos fazer”, lamenta.

Segundo as informações da profissional o problema está no jogo de empurra. “Fica um faz de conta que está tudo bem, quando não está. Ninguém quer trabalhar e não receber, por quê o médico tem que aceitar isso?”, questiona.

A Santa Casa nos últimos meses viveu uma “guerra pública” com a Prefeitura Municipal no que diz respeito as verbas municipais que são repassadas para o hospital. “Mas não fica tanto tempo sem receber e ainda assim nos deixam meses sem receber benefícios como horas extras e pagamento como é o caso dos médicos contratados em regime jurídico”.

Até mesmo os funcionários que saíram de férias estão sem receber os benefícios. “E certamente será descontado no próximo mês”, alerta um funcionário do setor administrativo que está de férias e ainda não recebeu. Para comprovar a situação ele enviou uma imagem questionando o setor responsável que informa não saber quando as férias serão pagas.

Segundo a assessoria do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed-MS) os médicos estão trabalhando em regime de “greve” e as cirurgias eletivas estariam sendo atendidas na demanda de apenas 30% e 70% de atendimento em urgência e emergência. Além disso também houve diminuição no atendimento ambulatorial. 

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Santa Casa, mas até o fechamento desta matéria não havia sido enviada a resposta.