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Setor de segurança para o paciente faz gestão de riscos, auditoria e investigação de erros médicos

Núcleo de segurança é composto pelos diretores do hospital e a gerência fica sob responsabilidade de um corpo de enfermeiros

18 novembro 2017 - 17h36Por Da Redação

Segurança assistencial e gestão de riscos são pontos importantes entre os cuidados oferecidos pelo Hospital Regional Rosa Pedrossian (HRMS) à população de Mato Grosso do Sul. A enfermeira Fernanda Alves, de 37 anos, trabalha no HRMS há quatro anos e vem tocando um dos setores que estão revolucionando o modo de pensar dos servidores ligados aos cuidados com os pacientes. O núcleo de segurança é composto pelos diretores do hospital e a gerência fica sob responsabilidade de um corpo de enfermeiros, que reportam os eventos adversos à direção que é quem ter poder de governança para discutir quais melhorias devem ser tomadas.

“Trabalhava na clínica médica e cirúrgica, como enfermeira assistencial. Nessa época, desenvolvi um projeto de segurança para o paciente que foi aprovado pela diretoria. Com isso, fui convidada a trabalhar na gerência da clínica cirúrgica e depois, em 2015, quando surgiu o setor, na gestão de risco. Aprimoramos o trabalho que já existia, de auditoria do trabalho e segurança do paciente. De lá pra cá fomos aplicando a norma ISO 31000 de gestão de risco, que adeque a identificação dos eventos adversos, dos acidentes e a investigação dos eventos adversos que ocorrem com os pacientes durante o atendimento”, conta.

Os eventos adversos são os comumente chamados de erros médicos. De acordo com Fernanda, esses erros podem ocorrer com qualquer profissional, mas o mais importante, que a norma ISO de Gestão diz, bem como as normas de gestão de qualidade, que seguem as normas internacionais de qualidade e segurança do paciente, é que precisam ser investigados.

Descobrir as causas, os fatores que contribuíram e realizar ações educativas com os profissionais para evitar novos eventos. Também faz parte do processo identificar se essas falhas estão em processos mal desenhados. Os profissionais trabalham dentro das especialidades muito bem, mas não param para fazer análises dentro desses processos. Um paciente pode realizar um processo no centro cirúrgico, um na enfermaria, vai para hemodiálise, ressonância magnética, endoscopia, o laboratório realiza outros processos. Então, são profissionais diferentes tratando do mesmo paciente. E é nesse momento que podem ocorrer os eventos adversos”, explica.

De acordo com a gerente, o estudo de casos melhorou muito esses processos. Por norma da Anvisa os hospitais como o HRMS devem realizar o plano, que é obrigatório pela resolução RDC-36 da Anvisa. Ela dispõe sobre a implantação do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) e desenvolvimento de um Plano de Segurança do Paciente (PSP), com foco na melhoria contínua dos processos de cuidado e na segurança do paciente.

A Diretoria de Enfermagem decidiu em 2015 que era necessário criar esse setor. Como a gestão do hospital é muito complexa, com dezenas de especialidades, a gerência ainda está em processo de implantação no organograma da instituição. É uma comissão que executa as ações do núcleo, formado pelos diretores que tem outras funções. A nossa é garantir as normas e o cumprimento das decisões do núcleo. Operacionalizamos o programa nacional de segurança do paciente, fazemos campanhas, ações preventivas, auditoria leito a leito, tudo com objetivo de cumprir as seis metas de segurança internacional dos pacientes”, diz.