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Campo Grande

Superlotação toma conta de UPAs e pacientes aguardam mais de 3 horas por atendimento

Pacientes reclamam que os médicos começam a atender após às 10 horas

14 março 2017 - 17h00Por Dany Nascimento

O 'velho cenário' de superlotação nas UPAs  (Unidades de Pronto Atendimento) continua sendo destaque na Capital, já que os pacientes se aglomeram em imensas filas em busca do atendimento médico. Mais de 30 pacientes formavam fila na manhã desta segunda-feira (14), na UPA Moreninhas, e destacam que o atendimento médico começa a ser feito apenas depois das 10 horas, levando em consideração o profissional deveria estar na unidade a partir das 6 horas, quando é feita a troca de plantão nas unidades.

Juraci da Silva, 59 anos, afirma que chegou no local, fez a ficha, foi chamada para triagem e se passaram mais de três horas a espera do médico. "Se for para dar uma nota de 0 a 10, eu do 5, porque fazemos a ficha, passamos rápido pela triagem, mas pelo médico, a espera é muito grande. Temos que ficar na fila por muito tempo e isso é complicado para quem está doente, a vontade que sentimos é de ficar o tempo todo deitada. Queria ser atendida logo, mas tem três horas que estou esperando e nem sei que horas devo sair daqui".

Ela afirma ainda, que buscou atendimento para a filha há dois dias, mas o médico nem se quer se levantou da cadeira para examinar a jovem. "Trouxemos minha filha para ser atendida, mas ele nem levantou da cadeira. Ficou sentado, olhando para o papel, perguntou o que minha filha estava sentindo e pronto, medicou. Eles não examinam, não se importam com quem está na fila de espera".

De acordo com profissionais que atuam na UPA Moreninha da região das Moreninhas, cinco médicos estavam de plantão durante a manhã, sendo que um estava responsável pela ala vermelha do local. Jucelino Medeiros dos Santos, 42 anos, afirma que sentiu fortes dores durante a manhã, com tontura e febre e permanece na imensa fila pela espera de atendimento.

"Senti muita dor de manhã, febre e vim procurar atendimento, mas confesso que eu preferia estar na minha casa, porque não é fácil encara essa fila, porque aqui, o médico atende quando ele quer. Já passa das 10 horas e ninguém foi chamado, ficamos aguardando para o médico chamar todo mundo com alvoroço e fazer tudo correndo, porque se atendesse no horário que faz plantão, as pessoas aqui já teriam sido medicadas e estariam em casa fazendo o uso do medicamento receitado", diz Jucelino.

Assim como na UPA Moreninha, os pacientes se aglomeram no UPA Universitário, em uma fila com mais de 55 pacientes. João Cordeiro de Souza, 48 anos, afirma que chegou por volta das 7 horas na UPA e acompanha a esposa, que busca atendimento há mais de três horas.

"Aqui você tem que vim sabendo que vai demorar e muito. Sabendo que os médicos atendem quando eles querem, do jeito que querem. É uma falta de respeito ficar esperando mais de três horas, falta de consideração pelo próximo, essa é a realidade da nossa saúde pública".