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Cidades

25/02/2017 11:30

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Criando o neto, mãe de Elisa rebate vontade de Bruno ver filho e queria que ele não fosse o pai

Em entrevista exclusiva do TopMídiaNews, a mãe de Elisa Samúdio explica o choro ao saber da liberdade do assassino da filha

Uma mulher que perde o marido é chamada de viúva, quem perde os pais é chamado de órfão, e dizem que a dor de perder um filho é tão grande, que nem há nome para definir como fica uma mãe.

Dois dias após o dia que seria o aniversário da filha, dona Sonia soube de uma notícia que a faz sentir uma dor forte. A dor da injustiça. Viu o algoz da filha, Elisa Samúdio ser solto pela justiça brasileira nesta sexta-feira (25). Bruno, na época do crime, era goleiro do Flamengo, atleta em ascensão, tinha dinheiro, fama. Elisa, modelo, se envolveu e engravidou.

Julgar se era uma “maria chuteira”? Muitos, mas o filho existia e crescia no ventre dela. Ela queria sim o reconhecimento do pai da criança e quando nasceu, queria uma pensão. Era ameaçada constantemente por Bruno, até que ele fez o pior. Juntamente com um primo, com o “amigo” Macarrão e Bola, um policial civil aposentado, arquitetaram um plano macabro.

Bruno fingiu que iria ajudar Elisa, sequestrou ela e o filho, ainda bebezinho, e após mantê-la em cárcere privado e segundo depoimento dos próprios autores do crime, torturaram e mataram Elisa. O corpo da jovem? Nunca foi encontrado, dizem que foi jogado aos cães, que comeram os restos.

O que ficou? Bruninho. Sonia, não convivia com a filha há bastante tempo, mas era a mãe. Oras, ela sempre foi a mãe e apesar das escolhas de Elisa, era a avó materna de Bruninho. E assim ficou para ela a tarefa de criar o menino.

Há duas semanas, Bruninho fez sete anos. Não houve grande festa, nem nada disso. O menino que ama cachorros, tem um jeito carinhoso de falar. “É a minha pequinesa”, diz da cadelinha fêmea que ele ama brincar. O pai? Ele sabe muito pouco, ainda é muito criança para ficar se ligando a todas essas atrocidades. Chama a avó de mãe, e ela, preferia até mesmo que Bruno, não fosse pai biológico da criança. “Mas a semelhança física é muito grande”, diz Sonia.

Em entrevista exclusiva do TopMídiaNews, a mãe de Elisa Samúdio explica o choro ao saber da liberdade do assassino da filha.
 
Por que a senhora chorou quando soube que o STF tinha concedido liberdade ao Bruno?
 
Chorei, porque há dois dias teria sido o aniversário da minha filha, e ela não pode comemorar. Há duas semanas, o Bruninho tinha feito sete anos e há um mês perdi meu irmão. A vida sempre nos dá bordoadas. E o meu medo é sim que ele (Bruno) queira conviver com o meu neto.
 
A família do Bruno já procurou a senhora?
Não, nunca, eles nunca procuraram para saber do menino, nem nada. Mas ele já falou que quer brigar pela guarda. Mas a família dele é toda desestruturada, apenas a avó dele que é uma senhora bem idosa parece ter alguma noção, porém, nunca nos procuraram.
 
E como ficou a questão judicial. Já houve o reconhecimento da paternidade?

Não, ainda nem teve isso, o exame ainda nem foi feito, o pedido do DNA está nas mãos da justiça. É muito lento e ele estava preso. Eu gostaria até que ele não fosse filho desse homem, mas a semelhança física é muito grande, não tem nem como eu esperar uma coisa dessas. Mas vou lutar pelo meu neto.

Dona Sonia, a senhora recebe muitos julgamentos. O Bruninho recebe alguma pensão, algum auxílio financeiro?
Não, eu crio ele sozinha com meu marido. Muita gente me acha oportunista, mas para aqueles que não conhecem minha vida convido para passarmos um dia juntas. A imprensa divulgou muitas inverdades ao meu respeito, que eu não criei minha filha. Eliza foi aluna do colégio Hércules Maymone morou em Campo Grande, mas muitas opiniões ofensivas a minha pessoa não acrescenta nada e não me diminui. O que me importa são as opiniões das pessoas que me conhecem e convivem e conviveram comigo.

E como a senhora se sente hoje?
Sou a mãe do Bruninho, eu quem crio, ele me chama de mãe. Mas nunca deixo de falar da mãe dele para ele. É uma dor que nunca passa. Minha mãe dizia que dor de mãe que perde o filho jamais é esquecida, como eu poderia esquecer minha filha? 

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