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Cidades

Falta de contrato e atrasos suspendem eletivas e novas consultas na Santa Casa

Repasse total da Prefeitura de Campo Grande para a Santa Casa é de cerca R$ 20,2 milhões por mês

25 julho 2017 - 12h39Por Da Redação

O adiamento na assinatura da contratualização pelo Poder Público com a Santa Casa desde o final de 2016, e o atraso nos repasses devidos estão causando a suspensão das cirurgias eletivas e atendimentos ambulatoriais a partir da terça-feira (1º) por tempo indeterminado. A causa é a instabilidade imposta à instituição por estes fatos que impedem a manutenção dos serviços.

A negociação do hospital com a prefeitura para assinatura do convênio de 12 meses vem se arrastando desde oito de dezembro do ano passado e nunca é concluída. Por conta desta postergação, aditivos vêm sendo feitos ao contrato anterior quase que mensalmente. A prorrogação da assinatura faz com que prevaleça o contratado anteriormente e não se possa colocar em prática, efetivamente, as decisões tomadas pelas partes neste ano, inclusive as sugeridas pelo Ministério da Saúde em reunião com as partes.

Atualmente, o repasse total da Prefeitura de Campo Grande para a Santa Casa é de cerca R$ 20,2 milhões por mês e ainda faltam ser repassados cerca de R$ 4.4 milhões, referentes ao mês de junho. O hospital tem ainda cerca de R$ 11 milhões a receber por serviços prestados ao SUS (Sistema Único de Saúde) antes de janeiro de 2017.

O novo contrato já foi redigido por uma equipe composta por técnicos da Prefeitura e do Hospital e enviado à Secretaria de Saúde há mais de um mês para ser assinado, porém até o momento não houve retorno. O hospital já realizou algumas adaptações solicitadas pela Administração Municipal, como o fim do atendimento a pacientes não regulados no pronto-socorro. Desde o dia 29 de maio apenas pacientes enviados pela regulação municipal são atendidos no pronto-socorro, todos com senha emitida pela Sesau.

De acordo com o superintendente da Santa Casa, Dr. Augusto Ishy, por conta dos repasses em atraso, insumos e até remédios estão começando a faltar para os pacientes. “Alguns tipos de fios de nylon para sutura já são escassos e alguma medicação também está em quantidade crítica. Se continuarmos assim, onde vamos parar? Precisamos reduzir nossos serviços agora para tentarmos reajustar nossa condição financeira e não desassistir pacientes. Precisamos de uma garantia não só mensal, mas sim anual para poder trabalhar”, explica.

O superintendente ressalta ainda que os pacientes que já estão em atendimento ambulatorial não terão seus tratamentos interrompidos. “Não vamos prejudicar as pessoas que já estão em tratamento. Serão interrompidas apenas as novas consultas ambulatoriais. Assim também funcionará com as cirurgias eletivas, quem já está na fila de espera continuará aguardando por sua vez”, finaliza Ishy.