Mães usaram um grupo – Aonde não Ir em Campo Grande, com cerca de 90 mil membros – nas redes sociais para reclamar da falta de materiais escolares e da não entrega de uniformes, próximo a acabar o semestre letivo. Janaina Grenge "puxou” a reclamação, 

“Pode registrar minha indignação aqui contra a não entrega do kit de material escolar e uniformes nas escolas municipais? Já estamos a três semanas de terminar as aulas do primeiro semestre e ainda não foram entregues na escola do meus filhos”, reclamou. 

Segundo ela, o material escolar não chegou e os uniformes vieram incompletos. “No Ceinf da minha filha também não foi entregue todo o uniforme, ficou faltando, além de ter sido entregue tamanho dois anos para ela que vai fazer quatro anos. Mais três semanas e será igual ao ano passado, na gestão do ex-prefeito que ainda tinha uma desculpa pela confusão política, e o atual Prefeito, o que tem a alegar?”, questionou puxando o coro de outras mães descontentes.  

O filho dela estuda na Escola Padre Thomaz Ghirardelli, no Dom Antonio Barbosa, considerada uma das regiões mais carentes da Capital.  

Já Grazi Areválo também reclamou que a filha, que estuda na Escola Municipal Eduardo Olímpio de Machado, também ficou sem. “ Minha filha da segunda série ainda não recebeu, segundo eu soube, somente os alunos do pré-escola e da primeira série. Já meu filho de três anos recebeu roupa tamanho 6 na creche”, conta. 

O mesmo problema de Ana Lucia Souza Nakamura, que tem uma filha que estuda no mesmo colégio. “Até agora nada, nem de kit nem de uniforme escolar”, afirmou. 

Peça única de uniforme é reclamação para as mães

O uniforme também é uma reclamação constante. Seja por vir incompleto ou por ter sido entregue apenas uma peça. Segundo as mães e responsáveis, a prefeitura só entregou uma peça de cada para as crianças e o uso é obrigatório. 

Raphaela de Oliveira, que tem um filho no Ceinf, questionou esse critério. “Por ele ter somente uma blusa e uma bermuda, dependendo do tempo, a blusa não seca, e mando com a roupa que tem. E esses dias chamaram a atenção dele, uma criança de 5 anos, por não estar de uniforme... Mas como, se ele tem somente um? ”, questiona. 

“Chamaram a atenção da minha filha também, falaram para ela ir com o uniforme do ano passado, mas como se não serve mais? Fui até a escola e falei direto com a diretora, falei para ela. Para exigir tem que dar o uniforme primeiro”, afirmou Lucinara Rodrigues. 

Gisele Sena Bertolazo questionou de forma mais contundentes. “Um uniforme só? Eu mandaria minha filha sem uniforme, e se a escola não aceitasse eu chamava a Polícia e os jornais! Agora vamos ficar igual escravos lavando uniforme toda noite e torcendo para estar seco de manhã? Cadê a dignidade, minha gente?”, alertou. 

Prefeitura garante que uniformes e materiais serão entregues

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, a Semed informou que os Centros de Educação Infantil - Ceinf receberam todos os uniformes, inclusive os de inverno. Nas unidades que faltaram algumas peças, o problema está sendo solucionado a partir do contato das diretoras, que enviam para a Semed a relação das peças, numeração e quantidade que ficaram faltando. As peças são encaminhadas já no mesmo dia que a direção solicita.

“Já as camisetas de numerações grande, destinadas aos alunos do 2º ano ao EJA, ainda não foram enviadas devido a um atraso da empresa fabricante. No entanto, elas já estão sendo produzidas e serão enviadas a Semed nos próximos dias”, garantiram. 

Quanto aos materiais escolares, a Semed esclareceu que a entrega de kits do 6° ao 9° ano e EJA – Ensino de Jovens e Adultos encerria na terça-feira (20). Já "os materiais escolares da pré-escola estão sendo entregues conforme cronograma das regiões e no prazo de duas semanas deve ser finalizado”.