Um grupo de militares comemora, nesta terça-feira (1), 19 anos da entrada nas fileiras Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. Os PM's, que começaram no 4º BPM de Ponta Porã, em 1998, lembram dos desafios e conquistas na missão de defender os cidadãos do Estado.

Um deles é o cabo Marden, que revela que, à época, as pessoas entravam na carreira policial por amor, já que as condições de trabalho e, principalmente o salário era muito baixo.

''Ganhávamos R$ 462,00. Eram 70 vagas, mas só 52 entraram. Teve de vir excedente de outras cidades para preencher as vagas restantes'', destacou.

O praça faz questão de lembrar dos antigos superiores do 4º BPM em Ponta Porã, como o comandante do batalhão, coronel Walmir Gallo dos Reis, e o comandante do Corpo de Alunos do batalhão, major Luiz Ubiratan Maia da Cruz, que hoje está na reserva.

(Alunos do curso de Formação de Soldados do 4º BPM - Foto: arquivo pessoal)

Marden, que se aposentou por invalidez, diz que seus colegas de turma hoje são todos sargentos ou subtenentes. Entre os episódios tristes, cita a ocasião em que um colega morreu de infarto fulminante bem no início da turma. ''Nem chegou a pegar serviço'', recorda. Outros, segundo ele, perderam a vida em serviço.

Porém, há muito o que se comemorar. Como destaque, ele lembra do episódio que foi promovido por ato de bravura, quando estava de folga e abordou um suspeito com duas mochilas grandes na linha internacional entre Brasil e Paraguai. O cabo contou que pensou se tratar de cigarros, mas se surpeendeu ao questionar o sujeito.

''Ele disse: é maconha! Então eu mandei ele abrir a sacola, que tinha 80 quilos de maconha. O prendi, e sozinho o coloquei no porta-malas do carro e levei para a Polícia Federal'', recorda Marden.

O militar diz que um carro que havia deixado o suspeito naquela região, passou duas vezes perto da ocorrência. ''Achei que iriam resgatá-lo. O reforço iria demorar pra vir e então eu tomei essa atitude'', relembra.

Hoje a situação da PM é bem melhor, segundo Marden. O soldado entra na polícia e já recebe a arma, diferente de sua época, em que era preciso emprestar um revólver 38 enferrujado para o colega do próximo turno.

''Hoje se abre 200 vagas você tem cinco mil candidatos. O salário é bem melhor e a filosofia dos oficiais é outra'', completa.

Marden destaca que, em 2018, ano que completam 20 anos na PM, policiais de sua turma vão receber a medalha de prata da corporação.