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Cidades

29/03/2017 17:00

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Mulheres vítimas de violência denunciam Casa Abrigo e falta de condições de atendimento

Além de condições precárias, denúncia aponta falta de segurança e apenas uma servidora por turno para cuidar de até 25 pessoas

O local não é divulgado para segurança das próprias “moradoras”, que são mulheres abrigadas após sofrerem violência doméstica. Mas o que era para ser uma casa de acolhimento tem se transformado em motivo de preocupação para abrigadas e funcionárias que atuam no local. Segundo um manifesto enviado ao TopMídiaNews, as mulheres que estariam abrigadas no local, estão vivendo sem condições de segurança, atendimento médico adequado e com “grande contenção de despesas”.

“Somos trazidas para a Casa, que é uma opção para fugir da violência, mas não há o atendimento certo, ficam muitas mulheres e crianças juntas, as crianças que estão doente, com febre ficam esperando até dois dias para serem levadas a uma UPA, temos medo de acontecer algo”, conta uma das mulheres abrigadas.

Por questão de segurança, nenhuma das mulheres é identificada na matéria, uma vez que a medida é para proteção delas. “Tem dias que estamos em mais de 25 pessoas entre mulheres e crianças aqui e fica só uma pessoa para ajudar. Algumas mulheres são agressivas, se tiver uma briga aqui, saí morte”, teme outra mulher que está com os filhos no local.

A alimentação de “contenção de gastos” também é uma das reclamações apontadas. “As crianças ficam muito tempo sem comer, quando chega alguma fruta, alguma coisa, não estão boas. Ninguém quer luxo, sabemos da nossa condição, mas somos vítimas e não culpadas pela violência que sofremos. Mas quando vamos reclamar, a coordenadora trata a gente muito mal”, lamenta.


“É tanta coisa, que tem dias que fica lixo espalhado, um mal cheiro, e não temos o que fazer, todos estão numa situação muito ruim. Quem dá medicamento, consegue um remédio para gente tomar são as próprias mulheres da casa, não conseguimos passar por um médico rápido, então o jeito é improvisar mesmo”, conta a mulher. Recentemente uma criança teve febre alta e suspeita de pneumonia e o quadro teria se agravado por falta de socorro médico.

O medo, também conta das mulheres e funcionárias. “Não ficamos sabendo quem é quem, mas elas conversam entre elas, contam para a gente que o marido é de facção criminosa, que o outro é traficante. São histórias muito tristes de violência, mas algumas são também um pouco violentas aqui, tudo isso contribui para o medo”, explica a servidora que prefere não comentar sobre a direção da casa quando é avisada que é para uma entrevista.


Casa passa por mudanças para “melhorar”

No programa, a coordenadora é a advogada Ana Patrícia, que segundo a assessoria de imprensa do Governo do Estado já foi exonerada da função e que as denúncias de um suposto assédio moral não procediam, uma vez que ela teria sido exonerada durante a reforma administrativa, e continuaria atuando pois retornaria ao cargo.

Também por meio da assessoria, foi informado que ao todo são nove servidores que se revezam por meio de escala de plantão. O mesmo revezamento acontece aos finais de semana, com folga semanal prevista.

“A coordenação tem realizado ações de controle que antes não havia na Casa Abrigo da Mulher com o objetivo de assegurar o bom funcionamento do local. Foi detectado falhas em alguns procedimentos que foram corrigidas pela coordenação. Isso também se reflete a cobrança aos servidores da Casa Abrigo no que se refere aos horários a cumprir e funções. Essa prática também tem o objetivo de manter o bom andamento do local e o atendimento às abrigadas”,  destacou a assessoria.

Também foram rebatidas as denúncias de que não existiria segurança, porém, este não seria divulgado “justamente para não tornar público o número de policias, horários de ronda e outros para manter a segurança das abrigadas.

 

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