O nome do bairro é Jardim Teruel II, também conhecido como a antiga Cidade de Deus, região do lixão de Campo Grande. Apesar da aparência do local ter mudado após a remoção das famílias que ali moravam, ainda é possível encontrar barracos de lona em meio a tanta falta de infraestrutura.

Segundo o presidente da Associação de Moradores do bairro, Rony Leão, aproximadamente 120 famílias habitam o novo bairro, mas sem a mínima infraestrutura necessária para viver no local. "Estamos abandonados aqui. Por falta de drenagem das ruas, toda vez que chove alaga tudo. O campo de futebol para as crianças jogarem bola, está tomado pelo mato. Já solicitei na prefeitura a limpeza, mas até agora não resolveram nada", contou.

(Segundo Rony, casos já foram comunicados à prefeitura. Foto: Wesley Ortiz)

Esse é apenas um dos problemas enfrentados por moradores do bairro. O mais grave deles, segundo Rony, é a falta de iluminação pública."Em algumas ruas não existe iluminação, as lâmpadas não funcionam. São aproximadamente 50 postes sem luz", contou.

Ainda morando em um barraco na rua Reginaldo de Moura com a filha, o genro e duas netas, dona Eva Arruda, 69 anos, contou ao TopMídiaNews que sente medo toda vez que precisa sair de casa ainda de madrugada para ir ao médico. "O ponto de ônibus é muito longe e sinto medo de ter que ir no escuro, mas preciso. Estão cobrando algo que não estão nos oferecendo", disse referindo-se à taxa de iluminação pública, que voltou a ser cobrada.

(Dona Eva reclama da escuridão, mesmo pagando a taxa de iluminação pública. Foto: Wesley Ortiz)

Construção das casas

Cerca de 70 famílias ainda estão morando em barracos na antiga Cidade de Deus. Segundo Rony, a prefeitura informou que as obras serão retomadas durante o mês de fevereiro, mas sem data certa. "O prazo para a entrega das obras era novembro de 2016, mas até agora não terminaram e algumas famílias ainda estão morando em barracos", disse.

(Campo de futebol está tomado pelo matagal. Foto: Wesley Ortiz)

No local, alguns lotes já tinham o alicerce, mas com o abandono da outra, eles acabaram sendo cobertos por terra após as chuvas. "Algumas casas que já estão levantadas terão que ser destruídas, porque estão sem condições de serem terminadas. Elas não são de graça, vamos pagar as casas em 300 parcelas", ressaltou.

O TopMídiaNews entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Campo Grande, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.