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Cidades

26/04/2018 19:00

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Polêmico, inquérito de estudante que matou advogada no trânsito volta para a polícia

MPE diz que laudos que podem provar se vítima e suspeito beberam estavam pendentes

A promotora de Justiça Grázia Strobel da Silva Gaifatto, da 11ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, devolveu à polícia o inquérito do caso do estudante João Pedro  Silva Miranda Jorge, que matou a advogada Carolina Albuquerque Machado no trânsito, em novembro de 2017. O MPE diz que o caso não foi concluído por falta de laudos periciais.  

A promotora justificou a devolução dizendo que há laudos periciais pendentes, inclusive o que analisa as imagens do sistema de monitoramento do Condomínio Terraville Houses, que poderiam comprovar que João Pedro teria bebido horas antes de sair com a caminhonete Nissan Frontier.

Ainda estão em confecção laudos de exame toxicológico da vítima fatal Carolina, para saber se ela também bebeu horas antes de transitar pela avenida Afonso Pena, local da colisão.

Fox de Carolina foi destruído por caminhonete de estudante. (Foto: Repórter Top)

A promotora juntou relatos de pelo menos quatro testemunhas que afirmam que João Pedro apresentava sinais de embriaguez, inclusive uma cabo da Polícia Militar. A Polícia Civil também havia pedido quebra de sigilo telefônico e bancário de João Pedro, também na tentativa de verificar se ele pagou bebida alcoólica com cartões bancários.

Também foi pedido para a perícia extrair dados de um celular Moto G, encontrado na Nissan Frontier que João Pedro dirigia, mas que ele nega ser dele.

O MPE pediu urgência na elaboração dos laudos, devido a gravidade do caso. O prazo é de 60 dias.

O processo estava parado por conta de um conflito de competências entre dois promotores. No dia 18 de janeiro, parecer da promotora Lívia Carla Guadanhim Bariani, da 19ª Promotoria de Justiça, dizia que João Pedro não teve conduta dolosa no acidente que tirou a vida de Carolina, pois, embora estivesse a 115 km/h, quem provocou o acidente foi a vítima, que furou o sinal na conversão das avenidas Paulo Coelho Machado e Afonso Pena.

No entanto, o colega dela, promotor Marcos Fernandes Sisti, à época titular da 10ª Promotoria de Justiça, entendeu que o réu assumiu o risco de ceifar a vida da advogada ao andar em alta velocidade e supostamente ingerir bebida alcoólica.

''Quem conduz um veículo embriagado à 115 km/h, dentro da cidade, assume o risco de produzir o resultado morte, sem a menor sombra de dúvida!'', destacou Sisti.

A pendência foi resolvida com decisão do procurador-geral de Justiça, Paulo Passos, que classificou o caso como homicídio culposo e encaminhou a ação para a promotoria competente.

Carolina morreu ao ser atingida por caminhonete a 115 km/h. (Foto: Reprodução Facebook)

Acidente ou crime

O acidente aconteceu no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Doutor Paulo Machado, às 23 horas do dia 2 de novembro. Carolina Albuquerque, de 24 anos, estava com o filho de 3 anos, quando o Gol que dirigia foi atingido pela Nissan Frontier guiada pelo estudante.

Segundo a perícia, o motorista, que estava acompanhado do irmão, fugiu do local após o acidente e estava a 115 km/h. Testemunhas disseram que ele apresentava sinais de embriaguez. Ainda conforme a investigação, a advogada furou o sinal no cruzamento das vias.

Carolina morreu enquanto recebia atendimento médico. O filho da advogada, que estava no carro, teve alta na Santa Casa de Campo Grande. Ele fraturou a clavícula e se recuperou.

João Pedro fugiu do local e se apresentou dias depois. Ele chegou a ser preso, mas pagou fiança e  foi solto. Ele responde o processo em liberdade.

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