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Cidades

21/04/2017 14:36

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Santa Casa realiza cirurgia de catarata congênita

Em março deste ano, a instituição implantou o ambulatório de catarata congênita

A Santa Casa de Campo Grande realizou nesta segunda-feira (17), duas cirurgias de catarata congênita no hospital. Em março deste ano, a instituição implantou o ambulatório de catarata congênita dando uma melhor assistência às crianças que nascem com a alteração oftalmológica. Em Mato Grosso do Sul, a Santa Casa é o hospital referência para o procedimento tendo como responsável pelo setor, Dra. Talita Richards de Andrade.  

Benjamim Isac Brites Brandão, de seis meses, foi o primeiro a inaugurar a cirurgia de catarata congênita na Santa Casa. A mãe, Vanessa Estefani Brites dos Santos, 19 anos, conta que quando Benjamim tinha 1 mês de vida, a família reparou que o filho não fixava o olhar, foi quando os médicos detectaram a doença.  “Foi um susto. Não sabia que esta doença dava em criança. Eu sabia só em adultos. Fiquei desesperada em saber que meu filho não enxergava”, relata. Ao ser questionada de histórico familiar, Vanessa conta que por parte do marido há relatos da doença. “Depois que descobrimos em Benjamim começamos a perguntar na família e aí descobrimos que do lado do meu marido há um caso”, conta 

O tempo de cirurgia de Benjamim foi de uma hora. O pequeno já passou por dois procedimentos cirúrgicos nos olhos e a mãe afirma aliviada que o filho já começou a enxergar. “A doutora disse que ele está muito bem. Ele já começou a enxergar e fixar os olhos. Ele já melhorou e isso alivia muito a gente. Ele pode não enxergar 100% futuramente, mas o que importa é ele enxergar”, fala emocionada. 

O segundo caso é da pequena Ana Lívia Morais dos Santos, de dois meses. A mãe, Fabíola Neto Morais dos Santos, 19, teve uma infecção urinária muito forte na gestação o que acarretou a catarata congênita na filha. Junto com o pai, Flávio Augusto dos Santos, 20, Fabíola conta que com apenas sete dias de vida de Ana Lívia foi detectada a doença por meio do teste do olhinho. “No teste não teve reflexo da visão e aí os médicos nos falaram o diagnóstico da catarata congênita nos dois olhos dela. Fiquei desesperada, mas os médicos nos disseram que tinha possibilidade de reverter o quadro com a cirurgia”, conta. 

Com o sucesso da cirurgia, os pais de Ana Lívia comemoram que a filha já começou a enxergar. “Assim que ela saiu da cirurgia a doutora nos disse que tinha dado tudo certo. Hoje, já notamos que ela começou a enxergar pelo menos um pouco. Sei que tem muitos obstáculos pela frente, mas como a primeira já deu certo, nossa esperança é ela enxergar 100% no futuro”, comemora a mãe. 

A catarata congênita ocorre por alterações na formação do cristalino e é a principal causa de cegueira na infância. Qualquer opacificação do cristalino presente no nascimento é uma catarata congênita. Dependendo do grau de opacificação, pode haver interferência na passagem de luz, por distorção ou redução na quantidade de raios luminosos que atingem a retina. A doença requer um diagnóstico precoce e tratamento cirúrgico imediatos, a catarata congênita depende de atenção especial do profissional de saúde. 

“A catarata congênita é diferente para operar quando comparada com a catarata em adulto, pois o procedimento em criança visa em recuperar a visão já no adulto recupera a visão que já existia. A criança se não operar não desenvolve a visão. Essa cirurgia na verdade vai possibilitar estas crianças a terem uma vida normal no futuro e uma visão bem próxima a 100%”, explica a Dra. Talita Richards.  

Para descobrir a doença, um dos meios é pelo Teste do Olhinho, mas a doutora orienta que esta não é a única forma. “A principal forma e mais fácil é pelo teste do olhinho, mas esta não é a única forma e nem a mais completa. O ideal é que assim quando nasce até o primeiro mês de vida a criança passa por exames oftalmológicos completos”, orienta a médica. 

Questionada sobre os dois pacientes que inauguraram as cirurgias na Santa Casa, a Dra. Talita afirma que os pacientes estão ótimos e a perspectiva é de visão bem próxima a 100%. “Conseguimos marcar a cirurgia em tempo ideal. Agora, os dois pacientes estão partindo para a segunda fase do tratamento de desenvolvimento e estimulação visual. Eles estão ótimos. A expectativa é de visão bem próxima ao 100%”, comemora a doutora. 

A chefe do serviço de oftalmologia, Dra. Cristiane Bernardes, afirma que este serviço é fundamental para os recém-nascidos que nascem no hospital. “A agilidade que vamos oferecer para o tratamento e a resolução rápida é fundamental para as crianças. O diagnóstico precoce pode devolver a muitos recém-nascidos a visão. É um suporte a mais para os pais que nos procuram e uma melhor assistência para as nossas crianças”. 

A equipe responsável pela primeira cirurgia de catarata congênita foi a Dra. Talita Richards de Andrade, os residentes, José Augusto Botelho, Fernanda Staskyk Corsini, a anestesista, Cyntia Duailib e a técnica de enfermagem, Doralice Ramires Nunes. 

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