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Cidades

Sem reajuste, mas com medalhas e folgas, governo tenta 'acalmar' tropa com Programa de Meritocracia

'O governo não pode usar isso para maquiar o descaso com a segurança pública e a defasagem salarial', disse o presidente da ACS

17 outubro 2017 - 18h01Por Assessoria
Sem reajuste, mas com medalhas e folgas, governo tenta 'acalmar' tropa com Programa de Meritocracia

O Programa de Meritocracia Funcional implantado na Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, publicado na edição desta terça-feira (17) do Diário Oficial do Estado, não deve ser usado para maquiar a defasagem salarial e o descaso com a segurança pública dos últimos três anos.

A análise é do presidente da ACS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul), Edmar Soares da Silva, que teceu duras críticas à política de valorização salarial adotada por Reinaldo Azambuja desde o começo de seu Governo.

“Na minha época de Rádio Patrulha, já se falava que medalha não enche barriga. O Programa é louvável, mas deveria ser apenas parte de um conjunto de medidas para valorizar o trabalho do policial militar, o que inclui, principalmente, melhores salários. Afinal, é com o salário que o profissional sustenta sua família. O Governo não pode usar isso para maquiar o descaso com a segurança pública e a defasagem salarial”, afirmou.

O Programa, assinado pelo Comandante Geral da Polícia Militar, coronel Waldir Ribeiro Acosta, institui premiações aos policiais militares que se destaquem em suas unidades operacionais ou administrativas.

Entre os ‘mimos’, estão dispensa dos serviços, elogios, certificados, medalhas, cancelamento de punição, possibilidade de escolha da unidade que pretender trabalhar e até mesmo indicação serviço destacado de apoio policial militar remunerado com diárias.

A possibilidade do oferecimento de diárias, inclusive, acendeu o sinal de alerta na ACS. Policiais militares temem que somente os chamados ‘peixes’ de autoridades consigam os benefícios.

O Programa, ainda conforme o Comando, tem o objetivo de “valorar e motivar os policiais militares, tanto da atividade fim quanto da atividade meio, a melhor desempenhar as suas funções com esmero, comprometimento e dedicação, visando a uma prestação de serviço à sociedade com excelência”.

Ainda conforme o texto, os programas de meritocracia já desenvolvidos na PM possuem “excelentes resultados comprovados pelos dados estatísticos e a diminuição da criminalidade concomitante com a satisfação do policial militar ao ser reconhecido materialmente por seu trabalho”.

“Policial militar não precisa de recompensa para exercer sua função com responsabilidade. Isso é inerente, está no sangue dos militares estaduais: salvaguardar o maior patrimônio deste Estado, que é o povo sul-mato-grossense. Nossos policiais militares sempre combateram o crime de forma eficiente e se, antes, os índices de criminalidade não sofriam redução, isso deve-se à culpa exclusiva do Governo do Estado, que não ofereceu condições adequadas de trabalho, como viaturas -que só chegaram em 2017, após três anos de Governo”, finalizou Edmar.