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Cidades

16/10/2017 17:00

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Setor cultural classifica como 'ignorante' e 'eleitoreiro' protesto contra peça de teatro

Grupo de Direita tentou censurar apresentação teatral no último final de semana

Após a polêmica envolvendo a tentativa de censurar a peça “Judith e sua Sombra de Menino” no último sábado, representantes dos segmentos culturais e agentes públicos classificaram o episódio como falta de conhecimento ao assunto. Ainda completaram, chamando os protestos de “eleitoreiro”. Os manifestantes alegam que a obra trata de 'ideologia de gênero', tema que defendem ficar longe das crianças.

O secretário estadual de Cultura e Cidadania, Athayde Nery (PPS), afirmou que esses grupos estão fugindo do debate e o desafio é chamá-los para o diálogo. “Acho que é mais por ignorância dos grupos do que por maldade. O estado democrático de direito necessita que ocorra o diálogo. Precisamos conversar com esses grupos e mostrar que não é da maneira que eles estão enxergando”, destacou.

A presidente do Fórum Estadual de Cultura, Fernanda Teixeira, destacou que inicialmente é necessário o diálogo com os manifestantes, mas também é um absurdo a tentativa de censurar espetáculos e conteúdos que denunciam e debatem as questões de gênero.

“Temos relações de gênero bem ruins. As mulheres sofrem muitos preconceitos e violências. Esse tipo de movimento, ir contra esse tipo de trabalho é um retrocesso. Tanto nos direitos humanos como na cultura, debater a construção da relação de gêneros é importante. Um movimento que é conservador e não luta por direitos, é contra direitos. Você não vê lutando pelos direitos de crianças e adolescentes, até se pegarmos os políticos. Alceu Bueno foi o que propôs a primeira vez o projeto sobre Escola Sem Partido, 'Lei da Mordaça', e estava envolvido com exploração sexual infantil. Você não vê essas pessoas lutando pelos direitos das crianças. Eu lamento que pessoas se mobilizem para atacar peças de teatro, peças premiadas. A gente vai resistir contra esse tipo de movimento. Primeiro tentar dialogar, pois tem muitos desconhecimento sobre o assunto”, disse.  

O presidente do Fórum Municipal de Cultura de Campo Grande, Vitor Hugo Samúdio, afirmou que os protestos locais são um reflexo do que está acontecendo em nível nacional. Também classificou as ações contra as artes como eleitoreiras, visando as eleições do ano que vem. 

''Esses grupos como MBL e Direita MS se utilizam dessas formas de querer censurar as manifestações artísticas como marketing. A gente não recebe nenhuma manifestação direta desses grupos. Pegam essas peças para se promover. Tentam se promover em cima de um plano extremamente eleitoral. Temos que abominar. Vivemos em um estado democrático. Opinar de dizer o que acreditam e o que pensam. No campo das artes é mais aberto. Se a gente precisar se defender toda vez sobre peças que não devam estar em cartaz por questão ideológica, vamos para um caminho perigoso”, explicou.

Mais opiniões

O Subsecretário de Politicas Publicas LGBT, Frank Rossatte Da Cunha Barbosa, disse que esses grupos de direita confundem gênero com orientação sexual e protestam ser ter assistido o espetáculo.

“Respeitamos o direito a livre manifestação e ao contraditório. Entretanto, a peça que foi apresentada não se trata de ideologia de gênero, pois ideologia se trata de idealizar algo. E não idealizamos gênero, gênero é identidade. Não estamos tratando de orientação sexual. Esses grupos ao serem contrários ao gênero estão sendo contrario inclusive ao gênero feminino e às mulheres. Pois é disso que gênero também se trata”, destacou.    

A Subsecretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Luciana Azambuja Roca, lembrou que discutir gênero é discutir a desigualdade da mulher e a violência contra a mulher na nossa sociedade.

“Não estamos querendo transforma menino em menina. Queremos discutir a forma que as mulheres são tratadas. Porque são assassinadas. Tratar em relação ao assédio. Discutir gênero passa por isso”, destacou. 

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