Agora é oficial: o Rio de Janeiro está sob intervenção federal. Na prática, o Exército Brasileiro comanda de fato toda a força militar e policial do Estado, e não apenas respondendo a pedidos governamentais, como durante as instalações de UPPs no Estado. Nada contra o Exército, que, convocado, cumpre sua função. Porém, a ação demonstra a falência generalizada e não estancada de todo um País.
E quem pensa que o caos é somente no Estado que abriga a cidade maravilhosa está totalmente enganado. Aqui mesmo em Mato Grosso do Sul, o próprio poder público já admitiu a praticamente a derrota em cidades inteiras, como Coronel Sapucaia e Paranhos, onde a Lei é cumprida por facções criminosas.
Grande porta de entrada do tráfico de drogas nacional, MS tem ligação umbilical com o RJ. A droga que por aqui chega, lá é desovada, juntamente com São Paulo. E nesse mercado do crime, o poder público demonstra e sempre demonstrou total despreparo, no presente e no futuro.
A decisão – tomada em conjunto entre Planalto e Governo do RJ – é a prova clara de tal falência. A administração do Rio de Janeiro, que sofre também (talvez ainda mais) com a bandidagem do colarinho branco, admite, agora no papel, não dar conta de cumprir sua função constitucional. Delega ao poder federal sua própria obrigação.
E a União, alegando não ter outra opção viável, manda de pronto sua maior e mais efetiva arma: o Exército Brasileiro. A situação chega a tal caos que colocamos em campo uma força de guerra, e não de controle e ambientação social.
Ao mesmo tempo, governadores de região de fronteira, como nosso MS, pedem que a União tome a mesma iniciativa nas fronteiras com Paraguai e Bolívia (leia mais clicando aqui), portas de entrada da maconha e cocaína que assolam o País.
E pedem novamente o uso do que: das forças armadas. Em um país com o passado recente como o nosso, nada impede que os militares, já cumprindo praticamente além da sua função constitucional, possam pensar seriamente – se é que já não o fazem – em retornar algumas décadas...
Um País refém da criminalidade, mas não só dela. Refém da falta de escolaridade, de ensino, de reconhecimento da própria história... Pode fechar a porta, perdemos o Brasil.
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