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sexta, 29 de março de 2024 Campo Grande/MS
COLUNA

Decifrando

Marco Santos

O que espera o Brasil

É isso que queremos para o futuro de filhos e netos?

07 maio 2018 - 09h00

Para não voltar ao tempo das caravelas, vou ficar nos últimos 30 anos da História do Brasil.

O país, nas três  décadas passadas foi, e continua sendo, governado por representantes de Organizações Criminosas, travestidas de partidos políticos. 
Isso tem sido dito por magistrados, procuradores e delegados,  materializado nos autos da Lava Jato e operações congêneres, bem como nas muitas condenações de políticos de elevado estatus e sentido pela sociedade nas penurias do dia a dia.

Desde 1985, a sociedade nacional tem sido expoliada em seus direitos a educação, saúde e segurança, especialmente. Privada de avanços que assegurem o bem comum em futuro plausível.

As instituições democráticas serviram (e servem) de valhacouto, esconderijo e proteção,  para  facínoras. Nunca na História Pátria o conceito do termo Democracia foi tão vilipendiado em  favor de meliantes encastelados no poder pouco republicano, que deveria ser exercido em nome do povo e para o povo.

O crime organizado ascendeu às instituições públicas, necessidades sociais  foram fraudadas e convertidas em fortunas pessoais nos muitos processos de corrupção desenfreada que ainda não permitem visualização de encerramento.

Isso é o passado e ainda o presente.

E sobre o que ficou no tempo e é vivido no momento, não se tem controle. 

Está feito e não pode ser modificado.

Mas é possível construir um futuro melhor?

No caso Brasil, avalio, a resposta pode ser sim e não.

Sim, caso  a sociedade tome as rédeas de um gigantesco consenso nacional de que todos são iguais perante a Lei, que todos terão que perder algo antes de ganhar ou manter benesses, que processos ortodoxos, sem uma brusca ruptura do status quo político, não serão suficientes para a construção do país que a sociedade precisa para juntar - se ao mundo democrático desenvolvido do Sec XXI.

O mais provável, contudo é que nada disso aconteça.

A continuidade da leniência, da esperança no processo eleitoral em franco estado de putrefação, conduzido pelos mesmos gângsteres perpetradores da crise somente levará a mais decepção e aprofundamento dos problemas muito graves que diariamente são expostos aos brasileiros pelas variadas mídias.
O que poderá fazer o presidente eleito em outubro deste ano, mantidas as condições hoje existentes, sem as  reformas estruturais mais que necessárias, especialmente no campo político com repercussões em todos os demais segmentos essenciais a administração do país?

Mesmo que não sejam reeleitas, maior objetivo das lideranças políticas atuais para escapar da Justiça e, muitos, da prisão, diante da manutenção do aparato legal, continuarão a exercer o poder por intermédio dos prepostos eleitos em suas vagas.

Acrescente - se, ainda, sem que exista um projeto nacional transparente, combinado com o povo, principalmente apoiado por ele.

Nenhum dos pretensos candidatos a presidência têm discurso nesse sentido. Mesmo aqueles que pretendem o parlamento, apresentam qualquer ideia de como retirar o Brasil desse buraco que parece não ter fim. Quando se imagina que as coisas estão melhorando, um novo capítulo da super série de escândalos, lembra que  a novidade é para pior.

E muitos ainda negam a gravidade da situação, primeira condição para empreender a busca de soluções.

Faz pelo menos 15 anos que o país está tendo sua sociedade dissolvida, reduzida a grupos que se digladiam, com interesses falsamente criados (muitas vezes) .  A paralisia parece ser geral. O embate ideológico, republicano, salutar nas democracias, transformou - se em rixa vulgar de grupos criminosos pela repartição do butin, do que ainda está sendo um saqueado: o Brasil!

Mais de R$ 200 bilhões / ano (estimados).

E a sangria não para.

É isso que queremos para o futuro de filhos e netos?

O tempo urge e se faz contra o país enquanto este é levado a crer que o importante é  a Copa da Rússia!

Quo vadis, Brasil?

Marco Santos
Coronel do EB, professor e empresário.