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sexta, 29 de março de 2024 Campo Grande/MS
COLUNA

Top Pipoca com Pedroka

Pedro Martinez

Passageiros e os dilemas da vida...

90 aninhos sozinhos

12 janeiro 2017 - 08h33

Ano novo começou e já tem bastante coisa boa por vir nas telonas.



E graças ao destino, nessas férias a gente pode sair pra ver um bom filme.



Obrigado Hollywood, eu te amo!



Um dos filmes mais esperados por todo mundo é Passageiros, escrito por Jon Spaihts e dirigido por Morten Tyldum. A ânsia pela estreia era grande por ter como estrelas principais Jennifer Lawrence e Chris Pratt, dois dos jovens mais rentáveis da atualidade, que arrastam multidões para assistir "filmes franquias" como Jogos Vorazes, X-Men, Guardiões da Galáxia e Jurassic Park.



Pois bem, o roteirista e o diretor arriscaram colocar duas grandes pérolas juntas no longa, como um casal - digo arriscaram porque às vezes pode não dar certo juntar os egos em alta né?



Mas pra mim, dono da humilde opinião crítica somente, digo que deu bastante certo.



- Pedroka, esse é um daqueles filminhos grudentos de comédia romantica que só tem de diferente o cenário, no caso, o espaço?



Não, me animo em te dizer que não. É muito mais que isso.



Em um futuro distante a Terra já basicamente deu tudo o que tinha que dar, e uma chance de viajar até outro planeta para refazer a vida estava sendo possível. 5 000 pessoinhas gastaram milhões para se mudar da Terra - e como em Titanic temos a elite e os mais "mortais" numa mesma jornada.



Como a viagem duraria 90 anos, e com ajuda da criogenia (aquele paranauê no qual a pessoa entra em sono profundo e não envelhece), o serumaninho chegaria sã e salvo no outro planeta.



Mas, no caminho, ao passar por vários meteoros, um deles, gigantesco, colide com a nave, e por um defeito inesperado, Jim Preston, um dos passageiros acorda, antes do esperado, pois sua cápsula se abre e ele volta.



Bom, pra encurtar a história, e não entregar muito da trama, o cara acorda e se vê sozinho e a única "pessoa" com quem ele pode conversar é um androide garçom do bar da imensa nave. E ele fica assim por quase um ano. Enfim, num dilema egoísta e ao mesmo tempo desesperador, o cara fica obcecado por outra passageira adormecida, Aurora, isso igual a princesa da Disney, e decide acordá-la em segredo.



Nisso, com a passar do tempo, descobrem que a nave tá cheia de defeito, e dai toda a trama se desenvolve. O longa é uma mistura de suspense, drama, adrenalina, certo humor e também o romance. Além disso, a direção de arte, figurino, a fotografia e a maquiagem embelezam ainda mais tudo.



Mas pra mim o importante são as duas discussões que o filme nos apresenta a debater:



Primeiro, a tecnologia, mesmo com tantos avanços, nunca irá substituir o trabalho humano. A gente pode pensar e resolver os problemas inesperados, e as as maquinas não, pois estão programadas para fazer determinada coisa. "As outras naves nunca deram problema" mas, e se por acaso derem problema?!



Segundo, a vida sempre nos trás, um dia, algum dilema importante e as nossas escolhas definem todo o nosso futuro. Escolher é difícil pois a gente acaba tendo que ser um pouco egoísta também. "Eu fico sozinho, ou eu tento aliviar um pouco?". O que a gente escolheria na hora do desespero?!



Essas duas questões fazem do filme muito mais do que uma simples comédia romântica espacial. É uma história cheia de discussão e sentimentos aflorados abruptamente, que nos fazem pensar por horas e horas a fio depois de assistir. E até o fim da história nos surpreendemos com os rumos de tudo.



5 pipoquinhas pra mim!