Menu
quinta, 28 de março de 2024 Campo Grande/MS
COLUNA

Top Play

Fernando Fenero

Polícia Federal desmantela 'Pirâmide do Bitcoin'

Polícia Federal desmonta esquema de Pirâmide baseado em Bitcoin

22 setembro 2017 - 16h01

Não é de hoje que aparece na praça esquemas de Pirâmide financeira, que sempre tem a mesma roupagem: retorno fácil e sem trabalho de investimentos em algo que está bastante em voga e realmente parece estar ligado a fortunas. Já passamos por diet shakes, celulares, selos postais, e até mesmo carne de avestruz, mas a moda do momento é Bitcoin.

É até fácil de entender porque os estelionatários estão usando a cripto-moeda para o golpe, afinal poucas pessoas entendem para quê serve um bitcoin, ou como se faz para consegui-los. A única informação que a maioria das pessoas mantêm a respeito do Bitcoin é: vale muito dinheiro. Isso é reflexo das reportagens que mostraram a valorização da moeda nos últimos meses, que agora beira os US$ 4.000 dólares. 

Foi assim que uma quadrilha que operava em Goiáis e no Distrito Federal, envolveu quase 40 mil pessoas em um esquema que movimentou R$ 250 milhões de reais. Os 11 presos na "Operação Patrik" da Polícia Federal, e os dois ainda foragidos, prometiam lucros de 1% a 10% dependendo dos indicados que entrassem na Pirâmide, e saques diários de valores referentes a "lucros"

A fachada no negócio era a desconhecida cripto-moeda Kripacoin, que apesar do mórbido nome não espantou os 40 mil investidores que cederam valores a Wall Street Corporate, empresa brasileira que administrava a trapaça com auxílio de algumas outras laranjas. O que obviamente aconteceu, como no caso de todas as pirâmides financeiras como BBom e TelexFree, é que depois de um tempo, o dinheiro que está entrando com novos cooptados não é suficiente para pagar o lucro dos clientes mais antigos, e é aí que os golpistas fogem do mapa, e deixam o prejuízo todo para trás. 

Apesar de o golpe envolver tanta gente, somente 14 pessoas até agora registraram boletins de ocorrência com relação ao fato, e a Polícia recomendou que procurem advogados para ter a reparação do prejuízo. O que torna ainda mais curioso, é saber que dos suspeitos envolvidos com o esquema, vários já tinham passagens por crimes de estelionato, uso de documento falso, dano ao patrimônio e o restante de uma lista a dar inveja em qualquer marginal.

O Advogado da Wall Street Corporate continua batendo na tecla de que não é golpe, mas sim "empresa de markenting multi-nível", e vai segurar a onda enquanto seus honorários estiverem sendo pagos.

Fica a dica: não existe dinheiro fácil, ou investimento sem risco. Se a promessa for boa, desconfie.