O ano de 2017 não foi fácil para a economia da maioria dos campo-grandenses, mas nem mesmo a crise financeira fez com que a população economizasse na ceia natalina. Na véspera da comemoração do nascimento de Jesus Cristo (24), o Mercado Municipal da Capital estava cheio de pessoas que deixaram para fazer as compras de última hora.
Peixes, porcos e verduras são os itens mais procurados nas barracas nos últimos dias. Tradicionalmente, a dona de casa Kelly Cristina de Dantas, 39 anos, reúne a família para comemorar a data cristã. Ela conta que, apesar de estar desempregada há dois meses, não mediu esforços para que a ceia seja farta e agrade os convidados.
Ao total, Kelly contabilizou ter gasto cerca de R$ 250 em frutas, verduras, bebidas e doces no jantar para os 15 convidados. O valor, segundo ela, não engloba as carnes e cortes financeiros precisaram ser feitos já que os preços aumentaram em relação a 2017.
Uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas (Nepes) da Uniderp apontou um aumento no valor dos peixes, leitão e bebidas alcóolicas. Ainda de acordo com os resultados, as aves e os hortifrútis tiveram uma queda de 8 e 7%, respectivamente.
“Única coisa que vamos dividir lá em casa são as carnes, o resto eu não economizei porque essa data especial só acontece uma vez no ano. Como somos bem unidos, cada um vai levar um prato já que essa crise não está fácil”, conta.
Na casa da comerciante Edna dos Santos, 63 anos, o único corte feito foi no presente das crianças. Segundo a idosa, foi preciso gastar menos em brinquedos para manter o cardápio dos Natais passados.
“Eu comprei presentes mais baratos para os netos, mas não diminui o cardápio do jantar. Lá em casa tem de tudo: chester, maionese, farofa, porco e claro, o arroz com uva passas”, destaca.
