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Economia

09/12/2016 11:08

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Custos da indústria ficam estáveis no terceiro trimestre

O aumento de 2% nos custos com pessoal foi compensado pela retração dos gastos com energia, bens intermediários e capital de giro

Os custos da indústria ficaram estáveis no terceiro trimestre do ano. O Indicador de Custos Industriais aumentou 0,3% na comparação com o segundo trimestre, descontados os efeitos sazonais. No mesmo período, os preços dos produtos industriais subiram 0,5%. Com a pequena diferença entre os preços e os custos, a lucratividade das empresas ficou estável, informa o estudo divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira, 9 de dezembro.   

A estabilidade dos custos é resultado da redução dos gastos das indústrias com energia e bens intermediários (insumos industriais usados na produção) e com o capital de giro. As quedas registradas nesses indicadores compensaram o aumento de 2% nos custos com pessoal e de 1,6% no custo tributário, registrados no terceiro trimestre em relação ao período imediatamente anterior, na série dessazonalizada.

Apesar da crise econômica, o índice de custo com pessoal cresceu 8,8% frente ao mesmo trimestre de 2015 e ficou acima do crescimento de 8,48% registrado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período. De acordo com o estudo, isso indica indexação dos salários na indústria. Além disso, o índice de custo tributário subiu 1,6% no terceiro trimestre frente ao segundo trimestre, na série com ajuste sazonal.

Conforme o estudo, o indicador de custo com capital de giro caiu 2,8% na comparação com o segundo trimestre, na série dessazonalizada. Foi a segunda queda do indicador. A CNI observa que o custo com capital de giro apresentava tendência de queda, mesmo antes da redução dos juros básicos da economia. "A retração no custo com capital de giro reflete a melhora na percepção de risco e o maior comprometimento das autoridades monetárias com a convergência da inflação à meta em 2017", avalia o estudo.

O índice de custo com energia caiu 1,1% no terceiro trimestre em relação ao segundo, na série com ajuste sazonal, resultado da queda de 1,2% no custo com energia elétrica e de 0,7% no custo com óleo combustível. No mesmo período, o índice de custo com bens intermediários - nacionais e importados - teve queda de 0,4%. Os custos com bens intermediários importados recuaram 8,3%, enquanto que os dos domésticos subiram 1,0%. Foi a oitava alta consecutiva dos insumos industriais nacionais. "Cabe ressaltar que o custo com intermediários domésticos representa 45% do custo total, de modo que as altas nesse componente apresentam grande impacto no custo total da indústria", alerta a CNI.

EFEITOS DO CÂMBIO - A redução dos custos com bens intermediários importados até o terceiro trimestre é resultado da valorização do real frente ao dólar ao longo deste ano. O real forte, no entanto, reduz a competitividade da indústria brasileira no mercado interno, pois os produtos importados ficam mais baratos em reais. "O real mais valorizado também prejudica a competitividade das exportações brasileiras, que ficam mais caras frente aos produtos locais nos mercados de destino", afirma o estudo.

Exemplo disso é que no terceiro trimestre, na comparação com o segundo, os custos industriais cresceram 0,3%, enquanto o preço dos produtos industrializados importados em reais caiu 6,8%, influenciados pela valorização do real. Essa diferença reduziu a competitividade do produto nacional no mercado doméstico. O estudo da CNI mostra ainda que, com os efeitos do câmbio, os preços dos produtos industriais americanos, em reais, diminuíram 7,1% no terceiro trimestre frente ao segundo. Isso confirma a perda de competitividade das exportações da indústria brasileira no mercado externo.

Isso, explica o gerente-executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, mostra a fragilidade do aumento de competividade obtido com a valorização da moeda. "A valorização do real não pode ser a base da recuperação da economia. É preciso trabalhar em reformas e medidas que têm impacto real sobre os custos de produção", afirma Fonseca. Essas medidas incluem a redução da burocracia, a melhoria da infraestrutura e a modernização das relações de trabalho.

Termômetro da competividade e da tendência da lucratividade da indústria brasileira, o Indicador de Custos Industriais é um estudo trimestral da CNI. É calculado com base na evolução de três índices: o de custo tributário, o custo com capital de giro, e o de custo com produção. O custo de produção é formado pelo custo com pessoal, o custo com energia e o custo com bens intermediários.

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