Das cinco incubadoras existentes em Campo Grande, apenas duas estão funcionando: a do bairro Santa Emília, que abriga três empresas alimentícias, e a do Mário Covas que abriga uma empresa de confecção têxtil. Segundo a Assessora de Ciência, Tecnologia e Inovação, Edna Antonelli, as demais estão desativas devido à falta de manutenção nos equipamentos que impede uso.
O abandono em Campo Grande ocorreu na gestão da dupla Alcides Bernal e Gilmar Olarte, ambos eleitos pelo PP. Quatro anos bastaram para encerrar um projeto de mais de década na cidade.
Incubadoras são centros de desenvolvimento empresarial e de treinamentos, que promovem a cultura empreendedora, estimulando a geração e consolidação de micro e pequenas empresas. Nelas, de acordo com a prefeitura, são realizadas ações como treinamentos na área de gestão e produção, capacitações, consultorias e palestras, além da disponibilidade de infraestrutura.
O objetivo é proporcionar o apoio necessário desde a fase de definição do negócio, passando pela implantação e desenvolvimento até a maturidade, quando a empresa consegue caminhar sozinha. Elas são importantes, pois oferecem espaço para instalação temporária dos novos negócios e ajudam na geração de emprego e renda, garantido a melhoria da qualidade de vida da população local.
Durante visita nas incubadoras locais, o vereador Otávio Trad (PSD) destacou a importância da iniciativa. “As incubadoras precisam de investimento, temos que buscar parcerias, se for necessário até com setor privado, para retomar o trabalho desenvolvido aqui. Campo Grande estava no caminho certo, visitamos uma empresa que começou nas incubadoras, se graduou e hoje possui fábrica própria e emprega 19 funcionários, o que mostra que o trabalho das incubadoras funciona”.
Iniciativas que deram certo
Para o produtor de mel, Adriano Adames, que participa da incubadora do Santa Emília, o trabalho desenvolvido pelas incubadoras precisa ser resgatado. Adriano produz mel, hidromel, mel com própolis, entre outros produtos, e desenvolveu, em 2011, uma roupa própria para apicultores com revestimento duplo e na cor amarela, o que afasta ainda mais as abelhas.
Adriano Adames foi premiado durante o Congresso Internacional de Apicultura - Foto: Câmara Municipal
Por esse projeto, ele recebeu, na época, o prêmio de melhor invento no Congresso Internacional de Apicultura. Hoje, ele é um dos poucos empreendedores que restaram nas incubadoras municipais. Das 26 empresas incubadas que havia em 2012, hoje restam apenas quatro. E a última graduação de empresa pela incubadora do Santa Emília aconteceu em 2011.
Juntamente com Junior longo (PSDB), Otávio também visitou a empresa Vó Ermínia Alimentos, que hoje fornece temperos, geleias, conservas, farofa, ovos de codorna e uma série de produtos para todo país. A proprietária, Viviane Magda Ferreira, relembra, emocionada, o período iniciou seu trabalho com na incubadora. Viviane conseguiu, há cinco anos construir sua fábrica no núcleo industrial.
“Eu fazia os produtos na minha casa, tinha um fogão na cozinha e trabalhava lá. Na incubadora encontrei pessoas que acreditaram em mim e me ajudaram a organizar uma empresa. Foram sete anos incubada, até que consegui financiar terreno e construir nossa fábrica”. Viviane se graduou há quase dez anos e hoje possui uma empresa consolidada no mercado.
Prefeitura
A reportagem entrou em contato com a assessoria da prefeitura para saber se há previsão de retomada dos investimentos nas incubadoras, mas não recebeu resposta até o fechamento desta matéria.