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Economia

Funcionários temem demissão em massa após bloqueio de R$ 730 milhões da JBS em MS

Sindicato busca diálogo com Assembleia e Governo para manter cerca de 20 mil empregos

16 outubro 2017 - 16h53Por Amanda Amaral

Trabalhadores dos frigoríficos do grupo JBS em Mato Grosso do Sul buscam solução para o receio generalizado de demissão em massa, após a Justiça aceitar pedidos da Assembleia Legislativa e bloquear o total de R$ 730 mil da empresa. Para isso, se reuniram na governadoria com deputados para juntos elaborarem uma ação preventiva.

Em todo o Estado são cerca de 20 mil funcionários, afirma o presidente da Federação Estadual dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (FTIAA-MS), Vilson Gimenes Gregório. O temor dos trabalhadores, como explica, se deve a boatos dentro das unidades da empresa e até mesmo a diminuição no abate de gado.

“Tem unidades com capacidade de abate de até duas mil cabeças, mas estão abatendo metade disso, e dá medo de que no mês que vem já não haja pagamento de salários. A gente quer que a Justiça seja feita e, se a empresa tem que pagar, que haja uma forma de fazer isso sem prejudicar os trabalhadores, como já vimos em outros casos algo parecido”, diz o representante.

Por um ‘desencontro de agendas’, o governador Reinaldo Azambuja não participou da reunião, mas solicitou que Enelvo Felini, diretor-presidente da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) o representasse. Além dele, estiveram presentes os deputados Pedro Kemp (PT) e João Grandão (PT), e representantes da FTIAA em Nova Andradina, Sidrolândia, Naviraí, Aquidauana, Dourados, Paranaíba e Campo Grande.

Para Kemp, membro da CPI que solicitou os bloqueios e investiga a atuação da JBS em Mato Grosso do Sul, há motivo para se preocupar com a questão e pontua que a mesma não é um problema da Assembleia. “O Governo não pode tirar o corpo fora, afinal é de interesse dele a situação. Vamos fazer nossa parte, vendo com a assessoria jurídica que elaborou esses pedidos, uma ação que possa garantir os salários dessas pessoas”.

O deputado João Grandão salienta que, caso não haja solução em vista, a prioridade é manter esses trabalhadores empregados, o que pode até mesmo refletir na retirada das ações de bloqueio na Justiça.

Após a reunião, os dois buscaram o presidente da CPI, Paulo Corrêa (PR) para buscar meios para uma solução, mas garantem exigir nova agenda, dessa vez, com a presença de Azambuja.

Protesto

Cerca de duas mil pessoas são esperadas para uma manifestação em frente a Assembleia Legislativa a partir de 8h desta terça-feira (16), com trabalhadores da JBS em diversos estados.

“As pessoas vêm de vários lugares porque é inevitável que, se houver prejuízo aqui, vai ser um efeito cascata. Tem outros caminhos para buscar esse ressarcimento da empresa e a perda de mais emprego não deve ser o melhor deles”, finaliza Gregório.