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Sucursal Pantanal

Voluntária reforma pediatria de Hospital Regional para amenizar a depressão

Professora pintou todos os berços da ala infantil

25 novembro 2017 - 09h30Por Bruna Vasconcelos

As alas de pediatria dos hospitais são lugares onde nenhuma família gostaria de estar, mas o colorido das salas do Hospital Regional de Aquidauana fomenta a alegria dos que por ali passam. Os nove berços disponíveis no local foram todos cuidadosamente pintados voluntariamente pela professora Vania Lucia Estadulho, que viu a atividade como uma forma de amenizar a depressão. 

A ideia surgiu durante uma consulta com a fisioterapeuta Juliana Menezes. Sabendo das habilidades em pintura que a paciente tinha, a profissional da saúde sugeriu que ela reformasse os berços do Hospital Regional.

Vânia Lucia, de 58 anos, conta que comprou a máquina pistola com recursos próprios e ganhou as tintas de doação. Há cerca de um mês e meio, a professora tem dedicado suas tardes em fazer o bem ao próximo. 

“Quando comecei eu não sabia pintar com essa pistola porque eu só pintava telas. Eu saí daqui toda azul, fui tirar a tinta com thinner e corroeu minha mão. A máquina também é pesada, mas agora já me acostumei.”

(Foto: Wilson de Carvalho)

Por sofrer de depressão, a professora usa a reforma como forma de lazer e ocupação da mente. Mesmo algumas vezes sendo obrigada a carregar os berços das salas até a parte externa do Hospital sozinha, ela nunca pensou em desistir e tem planos também para o refeitório.

“Quando estou aqui, esqueço o mundo lá fora e não tenho tempo para pensar besteira. A partir do momento que eu vi que podia, não medi esforços. Ficaram lindos, com um olhar diferente. Meus próximos projetos são confeccionar bonecos de feltro para as crianças e fazer a decupagem da mesa do refeitório com gibis”.

Segundo a voluntária, a família da criança internada passa por um momento difícil e, às vezes, até uma palavra amiga pode fazer a diferença na vida das pessoas.

“Uma palavra de consolo, um abraço ou uma visita podem fazer o dia do familiar diferente, se todos tivessem essa visão, o mundo seria mais feliz. Eu só estou fazendo meu papel”, finaliza