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Entrevistas

Criativa no repertório, dupla sertaneja conquista fãs na mistura de pop, rock e MPB

Cléber e Lyanne fortaleceram amizade nos palcos e têm grandes planos para o futuro na música

26 dezembro 2016 - 15h45Por Amanda Amaral

Com setlist animado cheio de referências do que gostam de ouvir e sabem que faz sucesso com quem os ouve, Cléber e Lyanne encontraram sucesso em um público que, assim como eles, gosta mesmo é de música animada. Apesar do sertanejo ser a linha que guia a musicalidade da dupla, a variedade das referências é o que os tornou conhecidos na noite de Campo Grande.

Entre as músicas próprias e de ídolos, os amigos garantem repertório de sucessos e planejam novidades para 2017. Confira, abaixo, a entrevista concedida ao TopMídiaNews:

Qual a relação de vocês com a música e como se conheceram?

Cléber: Eu já toco música desde 14 anos.  Minha linha era mais mpb e rock, tive várias bandas no Mato Grosso e aqui, sempre trabalhei nessa área tamb´m. devivo  trabalho, vivia viajando e parei um tempo em Rondonópolis, mas comecei como músico de barzinho lá. Com saudade da amília, buscava algo para me preencher, senão não ia aguentar. Foi quando eu comecei a ir pra música e o pessoal lá me chamou pra fazer uma banda, tocando MPB e rock, no violão e na voz.

Lyanne: desde os seis anos eu canto, fazia parte de coral, mas nunca tive pretensão de cantar profissionalmente. Quando vim pra cá, conheci o Cléber, em meados de 2009, por aí, e ele era sócio em um estúdio de gravação. Aí, comecei a conhecer outras pessoas e comecei a dar ‘canjas’ aqui e ali, foi quando pensei ‘gente, acho que gosto disso, é o que eu quero isso aqui’. Aí passou um tempo, muita coisa aconteceu, casei, abandonei música. Recentemente, quando me separei, há um ano e meio, falei pro Cléber que queria voltar a cantar e ele me deu total apoio. Mas eu estava nessa sozinha, ele estava em uma banda de rock, sempre via ele tocar e subia no palco pra cantar às vezes.

Quando a dupla começou, de fato? 

Lyanne: Foi quando, no começo do ano, já tocando muito juntos em barzinhos de tudo um pouco, fui convidada pra tocar em Bonito. Só que a organização colocou nossos nomes juntos, aí veio a vontade de formar mesmo uma dupla.

Cléber: No começo eu hesitei, mas como acompanhava ela sempre, tocava violão, falei ‘vamos nessa’.

Havia receio porque era algo diferente do que já haviam feito?

Cléber: Sim, justamente pelo público que eu era acostumado e porque eu não gostava de sertanejo, na verdade eu tinha medo de viver do sertanejo. Tem preconceito por parte de quem gosta de rock, que me conhece há bastante tempo.

Lyanne: Já eu sou apaixonada por sertanejo desde sempre. Gosto de pop internacional e ele pop e MPB, pensei que a gente poderia misturar tudo! Porque assim englobamos todos os públicos, fizemos um projeto de mashups e tocando todos os ritmos, seguindo a mesma linha de melodia.

E qual a reação do público?

Lyanne: Acaba que isso surpreende as pessoas! Ninguém espera, sei lá, sair de uma música da dupla Bruninho e Davi e de repente começar uma do Justin Bieber. É total eclético.

Cléber: A gente toca o que o público já reconheceu na gente, não somos uma coisa só. Vamos pelo que gostamos, 100%, e a vontade de quem está nos escutando, da sofrência ao reggae, do rock ao pop.

E quem é esse público? São pessoas mais jovens ou há todo tipo de gente?

Lyanne: Tem de tudo, mas a maioria dos lugares que a gente toca é de sertanejo mesmo, pessoal mais jovem. O interessante é que quem não frequentava esses espaços antes, agora frequenta pra nos ver. Estamos arrastando públicos diferentes, que cantam junto a nossa mistura.

Existe preconceito de quem defende o sertanejo tradicional ou vocês são bem aceitos pela ‘ousadia’?

Cléber: Até então, não percebemos isso. Nós também fazemos os shows na base do ‘termômetro’, sentimos o público primeiro, pra então tocarmos o que achamos que vai funcionar ali. Se o ‘modão’ não funciona, talvez a gente tentando uma música ‘das antigas’ role legal.

Lyanne: Ouvimos muito o que as pessoas querem, não temos repertório fixo.

E com tem sido o trabalho com as músicas próprias?

Lyanne: Atualmente estamos trabalhando com a nossa música ‘Desamor’, de nossa autoria, saiu há pouco tempo. Estamos nos dedicando para divulgar esse trabalho, fizemos videoclipe, está bem legal.

Como é conciliar a rotina de vocês, já que tem trabalhos fora da música?

Cléber: Eu trabalho na área de saúde e é bem difícil arranjar tempo pra tudo, pra viajar, ensaiar. Tenho que entrar cedo no trabalho, saio por volta das 18h30, a Lyanne ainda sai mais tarde, 20h, as vezes só dá tempo de se trocar para ir pros shows.

Lyanne: Como professora de pole dance, a preparação física também me auxilia nos shows. O problema mesmo é se manter acordada (risos). Mas a gente gosta, é isso que a gente quer e o começo é mesmo complicado.

Quais os planos da carreira para o ano que vem?

Lyanne: Nossa pretensão é focar mais nas músicas autorais, tem uma boa parte pronta já. Queremos produzi-las bem e encontrar ajuda para concluir esses trabalhos.

O cenário da música sertaneja mudou muito durante as décadas, como vocês enxergam isso agora, como músicos que têm um perfil diferente?

Cléber: Eu penso que saturado, o mercado não está, tem espaço para todo mundo. Tem muitas pessoas começando junto com a gente, cada uma delas com seu público que se torna fiel. Aqui na região isso ainda é muito forte.

Lyanne: E a internet ajuda demais nisso, também, o contato é mais fácil, muitas vezes. Mas o contato pessoal, feito durante as apresentações, é o que fortalece isso.


Sentem que entraram nessa ‘onda’ de que o sertanejo foi das mulheres em 2016?

Lyanne: Claro, muito! A mulher agora está em evidência na música sertaneja, aproveitamos isso. Porque tem muita música que é da mulher, pra mulher. Antes a opção era muito menor, difícil de adaptar as letras, o tom. É evidente que há espaços sendo ocupados por elas sim. Meu timbre é diferente da maioria das mulheres, é bem grave, então exploro isso e treino muito.

O que se pode esperar da dupla? Como vocês se definem?

Cléber: Nós somos autênticos, não nos inspiramos em ninguém e amamos o que fazemos. O público pode esperar muita proximidade, uma troca, almejamos crescer muito mas sempre manter essa essência.

Lyanne: Quem quer ouvir a gente, pode esperar um repertório bem ‘maluco’! Nunca tem um show igual ao outro e, para nós, a música é tudo e sem ela ficamos doentes. Nossa vida tem sido a criação de novas músicas e o que queremos viver nela.

Cléber: Somos uma engrenagem, nossa amizade se fortalece assim, como irmãos.