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Entrevistas

06/11/2017 14:23

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'Direito rouba coração da medicina': palestra gera reviravolta e guia passos de aluno questionador

Airton falava em ser médico, mas a 'veia' jurídica falou mais alto na vida do menino de Culturama

O sonho de ser médico foi substituído pela paixão na área jurídica: Foi exatamente assim que ocorreu a formação superior do menino que nasceu em Fátima do Sul, mas vivia com a família no distrito de Culturama.  Airton Rodriguês de Souza Junior, 31 anos, confessa que na infância sonhava em se dedicar a medicina porque tinha o objetivo de ter uma vida financeira estável, mas uma palestra jurídica deu um novo rumo aos sonhos do jovem de 18 anos.

Ele foi aprovado no vestibular e deu início ao curso de Direito, mas sempre questionando se estava no caminho certo. Airton acabou trancando o curso e resolveu deixar a família no Brasil e tentar uma nova vida em Portugal, com o apoio do amigo Nei. Em 11 meses fora do Brasil, o advogado relembra que a realidade da vida bateu na sua porta e, em meio a diversas dificuldades, aprendeu a dar valor na vida.

Ao voltar para os ‘braços da família’, Airton deu continuidade ao curso de Direito e se formou em 2010. A intenção era seguir na área criminal, mas a paixão pela área cível falou mais alto e, hoje, o advogado é pós-graduado em Direito de Família e Sucessões, valorizando o lado humano de sua profissão.

Confira abaixo a entrevista completa:

TopMídiaNews: Como foi a sua infância?

Airton de Souza Junior:  eu nasci em Fátima do Sul e vivia em Culturama, que é um distrito de Fátima. Quando eu tinha quatro anos, minha família mudou para São Gabriel do Oeste e morei lá até os 13 anos. Depois viemos morar em Campo Grande. Eu sempre  estudei em escola pública, quando mudamos para Campo Grande que comecei a estudar em escola particular. Meus pais são professores da rede pública, hoje aposentados.

Quando estava em escola pública, era sempre onde meus pais trabalhavam e era mais puxado ainda. Tinha aquela situação de ser exemplo porque o pai é diretor, a mãe é coordenadora, professora, tinha cuidado dobrado. Se aprontasse era a chamada na escola e, em casa, pior ainda. Mudamos para Campo Grande porque meu irmão veio fazer faculdade na Capital.

TopMídiaNews: Quando abandonou o sonho de cursar medicina para fazer Direito?

Airton de Souza Junior:  A princípio era vinculado na parte de medicina, o tempo todo, na época da escola, sonhava em fazer medicina, sempre falei isso. Só que, com o passar do tempo, eu comecei a perder esse interesse. Não era uma área que me tocava, que despertava interesse, era mais questão financeira mesmo. Do segundo para o terceiro ano na escola, comecei a me interessar pelo Direito.

Tivemos uma palestra na escola, com a realização daquelas feiras de trabalho com profissionais falando da atuação e me despertou interesse nessa área. Era aquele período que você tenta se conhecer, querendo saber quem você é na fila do mercado, estava totalmente perdido. Comprei um manual, era um guia do estudante, ficava lendo sobre profissões, começava a dobrar as folhas, quando vi eu já tinha dobrado quase tudo. Com o passar do tempo, fui afunilando e cheguei no Direito. Prestei vestibular para Direito, tinha feito 18 anos e entrei na faculdade.

                                       

TopMídiaNews: Como foi a experiência de deixar o Brasil para morar em Portugal?

Airton de Souza Junior:  Estava indo para o quarto semestre na faculdade e me perdi novamente, não sabia se era aquilo. Acabei trancando a faculdade e fui para Portugal, porque um grande amigo da minha família morava lá e meus pais não ficaram preocupados de eu ir, exatamente porque o Ney morava lá. Fique 11 meses em Portugal, a experiência foi muito boa, me fez crescer muito, amadurecer muito. Eu era um moleque, imaturo, que tentava ser responsável. Lá eu tinha que trabalhar, me virar para pagar minhas contas, tinha meses que não dava, o Ney ajudava, foi difícil, mas muito proveitoso.

Aprendi a dar valor ao trabalho, aos meus pais, foi a primeira vez que fiquei longe da família. Às vezes, minha mãe e avó ligavam chorando pedindo para voltar, eu me fazia de durão falando que estava tudo bem, mas estava passando aperto. Trabalhei de Call Center aqui no Brasil e descobri que vendas não funciona, eu ligava para vender celular e aquilo era um erro porque vendi dois celulares em seis meses.

Daí fui para Portugal e trabalhei com venda porta a porta. Montava banquinha na rua e oferecia telefone e internet, posteriormente você entrava nos prédios e tentava vender de porta em porta. Experiência totalmente diferente daqui, que eu tinha meus pais que eram funcionários públicos, que me davam um suporte. Lá eu tinha que me virar, por mais que eles me ajudavam a distância, mas não é a mesma coisa que casa de mãe. Não tinha aquela comidinha boa, esperava ficar com bastante fome para fazer comida.

TopMídiaNews: Ao voltar para o Brasil, voltou a fazer o curso de imediato?

Airton de Souza Junior:  Resolvi voltar, meu amigo que morava lá veio para o Brasil se casar e voltei para a faculdade. Aí, mais uma vez, veio a interrogação, voltei para o quarto semestre. Fiquei até pensando em ir para outro curso, meus amigos na época faziam veterinária, pensei em fazer, mas aí continuei no Direito e fui até o final.

Mantendo a interrogação, eu sempre fui muito questionador, eu penso muito, hoje em dia eu consigo entender o meu perfil comportamental. Fui descobrir realmente o que queria do Direito no último semestre. É normal o questionamento, lidamos com anseios próprios, anseios dos outros, pensamos muito se estamos fazendo a coisa certa. Entrei na faculdade de Direito querendo virar juiz e sai querendo OAB.

TopMídiaNews: Após a conclusão do curso como começou a exercer  a profissão de advogado?

Airton de Souza Junior:  Atuo na área de família, terminei a faculdade e montei o escritório com amigos, futuramente encerramos a sociedade e comecei a atuar sozinho. Tinha objetivo de ir para a área criminal, mas o que aparecia era sempre área cível, principalmente na área de família e sucessões. Comecei a mexer com essa parte. Questões de divórcio, inventário, ligadas a criança, adoção e comecei a ter uma paixão por essa área. Em 2014, eu fiz curso de extensão de Direito de Família, era curso que objetivavam lançar a pós, foi aí que eu fiz a pós na área.

TopMídiaNews: Hoje você se considera um profissional realizado?

Airton de Souza Junior:  Hoje me sinto plenamente realizado. Hoje é a profissão que eu escolheria novamente, não é fácil trabalhar como profissional liberal, manter escritório, tem os gastos. Desde 2010 que estou tentando, não posso dizer que estou no meu pior momento, hoje estou bem melhor, mas queremos sempre alcançar mais.

Hoje tenho certeza com relação ao que faço, a área que atuo que é o Direito de Família e a forma que atuo com as pessoas também. É uma área que requer muito cuidado, porque você está lidando diretamente com o sentimento das pessoas, principalmente quando envolve crianças, tem que ter muita cautela.

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