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Entrevistas

26/03/2018 12:09

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Medalhista na Rússia, lutadora de MS conquista o mundo com o kung fu

Edinéia coleciona medalhas no esporte desde a infância, mas há ainda um longo caminho de vitórias pela frente

De Campo Grande, Edinéia Camargo, 28 anos, é uma das principais esportistas não só de Mato Grosso do Sul, mas do país. Sua relação com o esporte é de amor e dedicação, cultivada desde ainda muito nova, e lhe abriu possibilidades de vitórias e conhecimento mundo afora.

Em entrevista ao TopMídiaNews, ela conta um pouco de sua história, suas conquistas e sonhos. Leia abaixo:

Quando e como começou sua trajetória no kung fu?

Eu vim do interior do Estado bem nova, para estudar, e já aos sete anos comecei no esporte. Sempre gostei, de ver filmes de lutas, sempre me chamou atenção, mas não sabia bem por onde começar a lutar. Fiz várias modalidades, judô, capoeira, várias, mas fiz aula experimental aqui mesmo de kung fu. 

O que me fez ficar e praticar é que a arte é muito bonita, é diferente. Quando vi a primeira prática de kung fu, os alunos estavam fazendo parte de uma apresentação, já me apaixonei, porque os movimentos e a filosofia são muito bonitos.

E quando o esporte começou a ser levado mais a sério por você?

Com oito anos já comecei a competir, tradicional, lutas infantis, e com 16 anos fui pro camp brasileiros e fui campeã. Depois, fui selecionada para a seleção brasileira, onde tive que fazer uma escolha. Escolhi o Sanda, que era uma forma de competir.

Quase nenhum atleta brasileiro, infelizmente, consegue viver do esporte. A gente tem que continuar a trabalhar com algo, paralelamente. Então eu tento lutar na maior parte do tempo, é minha paixão e eu dou um jeito de fazer.

Quais experiências mais marcantes?

Participei do maior evento nessa modalidade e, ano passado, de uma olimpíada universitária, primeiro ano do esporte. E já consegui competir neste, que é o segundo maior evento poliesportivo, foi muito bom. Tem aumentado o incentivo ao esporte, está evoluindo, foi um evento muito grande com estrutura e atletas olímpicos. Foi surreal.

Participei de eventos esportivos na Turquia, México, Indonésia, Malásia, Rússia, no mundial, China, conheci muitos lugares por conta do Kung Fu.

E como é o incentivo ao esporte?

Sempre peço apoio para a prefeitura e o Estado, Funesp e Fundesporte. Sou formada em educação física, trabalho como personal e atendo meus alunos, tenho um grupo feminino há dois anos. Antigamente era complicado, poucas meninas, mas hoje não. Se você vem em um treino qualquer, sempre tem mulheres, está quebrando um pouco este tabu. Mas mais como uma atividade física.

Mundial que lhe rendeu o bronze, na Rússia, em 2017. (Foto: Arquivo pessoal)

E como costuma ser sua rotina?

De segunda a sábado, só descanso no domingo. Tento cumprir dois tempos por dia, acordo muito cedo e durmo muito tarde. Tenho apoio de nutricionista, com dietas especiais, minha parceira já há muitos anos, e tenho suplementação. Dieta, treino, só descanso que não tenho tanto.

Já teve momentos difíceis em que pensou em desistir?

Sim, algumas vezes, principalmente quando chega próximo a competição e são muitas dúvidas. porque geralmente são muitas esperas, dá muita ansiedade, fico me questionando o porquê de fazer. Mas, depois das competições, tudo passa e vale a pena, porque é o que eu amo fazer.

Na sua vida de atleta, que momentos especiais são mais fortes na lembrança?

É muita gente que o esporte te proporciona conhecer. O esporte também te melhora pessoalmente, não só como atleta, mas por dentro, na disciplina, no foco, dedicação e respeito. Você conhece muitos lugares, culturas diferentes. Em 2013, fiquei quase dois meses na China, em um centro de treinamento olímpico, com várias outras modalidades, vivendo mesmo com atletas olímpicos.

A minha modalidade, na Ásia, tem um apoio maior, porque ela faz parte dos jogos asiáticos, e aqui não faz parte dos Jogos Panamericanos, por exemplo. Então a estrutura, apoio e cultura é totalmente diferente. Vivi mesmo a cultura chinesa, alimentação, forma de treino, forma diferente de tratar. Você aprende muito, abre sua visão.

Daqui pra frente, qual o seu maior sonho no esporte?

Já deu um conforto participar da Olimpíada Universitária, já deu um alívio em não ter Olimpíada. Mas ano passado fui medalhista no mundial, na Rússia, a única brasileira, e esse ano vou participar de um campeonato chamado Copa do Mundo, e esse campeonato só vão atletas que pegaram pódio no campeonato mundial. E é a primeira vez que estou participando, estou muito feliz já.  

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