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Empresários brincam com público e realizam shows com organização zero em Campo Grande

Falta de informação e estrutura em eventos; além disso, artistas são anunciados, mas não se apresentaram em Campo Grande

18 dezembro 2017 - 16h42Por Vinícius Squinelo

'Não fazem mais as coisas como antigamente': quando o assunto é a organização, essa é a frase que define os eventos que foram realizados em Campo Grande no ano de 2017. Cerveja quente, eventos sem segurança adequada, estruturas com risco de cair, shows cancelados, assim foi o ano de atrações musicais na Capital.

Isso sem contar, ainda, aqueles nomes de famosos que foram divulgados, mas não chegaram a se apresentar, deixando os fãs apenas com aquela expectativa no coração. Os fãs da Sandy e de Roberto Carlos que o digam.

Os eventos colecionam reclamações, deixando evidente que os novos promoters não possuem a mesma capacidade daqueles que, há décadas, comandam grandes shows em Mato Grosso do Sul. Muitas vezes o que fica evidente é a ganância dos empresários, que buscam o dobro do valor investido para contratar o artista, esquecendo da comodidade que o público deve ter.

Muitas pessoas enviaram mensagens ao TopMídiaNews reclamando do que é oferecido na hora da compra do ingresso e da realidade que encontram o local do show. Camarotes distantes dos artistas e regalias para aqueles que pagaram valores menores nos ingressos, isso sem falar dos artistas que não estão nem aí para os fãs e não recebem quase ninguém, como aconteceu com a cantora Anitta e Tiago Iorc. 

Desorganização

No eventos realizados no Golden Place, por exemplo, como o show do Victor e Léo, uma noite romântica de comemoração ao Dia dos Namorados virou dor de cabeça para muita gente. Além do desânimo de olhar a pista e área VIP vazias, quem resolveu investir um pouco mais para ficar nas mesas premium e gold saiu reclamando da comida e do atendimento. Além do sabor ruim, para conseguir uma bebida - quente, diga-se de passagem - era difícil chamar a atenção de um garçom.

E as decepções foram para todos os públicos. No show do Capital Inicial, pelo menos três bandas deveriam tocar antes da atração principal, mas foram todas canceladas sem qualquer aviso prévio. Os artistas esbanjaram simpatia, mas quem estava se preparando passar a noite na festa acabou indo embora mais cedo. Das atrações regionais anunciadas, apenas um duo se apresentou.

Para o público mais jovem, que é fã de Tiago Iorc, ficou o desrespeito com os cantores locais. Chicão Castro devia fazer a abertura do show, mas foi dispensado de última hora e tocou só depois da atração principal, com a plateia se esvaziando porque o início da apresentação atrasou e passou do horário previsto. Atraso que complica a vida de fãs, especialmente considerando que muitas crianças e adolescentes estavam no show.

Atrasos, aliás, são constantes. Em balada realizada no CLC (Circuito de Laço Comprido), a dupla Pedro Paulo e Alex teve que pedir desculpas pela demora ao entrar no palco, já por volta das 4h da manhã. Apesar de atrações regionais terem começado a festa, o intervalo entre um artista e outro superou uma hora, com apenas uma música ambiente para manter a animação. Quando os artistas nacionais finalmente começaram a cantar, alguns fãs não aguentaram e mandaram vaias.

Adilson Ferreira dos Santos foi morto com um tiro no tórax por um agente penitenciário federal em show na Capital - Foto: Reprodução/Facebook

Insegurança

No quesito segurança, Campo Grande também perde e muito para outras cidades. Além disso, a arrogância dos empresários com aqueles que consumem diretamente seu produto é uma das principais reclamações, já que muitos ignoram o público que acaba deixando a emoção falar mais alto ao receber a notícia de que seu artista preferido tem show agendado para Campo Grande. Neste ano, mais uma vez os fãs foram decepcionados com nomes que foram lançados ‘feito promessa de político’, como da cantora Sandy e do cantor Roberto Carlos, que até agora não confirmaram agenda na cidade.

Sem pensar no público, os novos promoters de Campo Grande acabam lançando nomes através das redes sociais, mas na hora de colocar em prática, simplesmente apagam a postagem antiga e fica por isso mesmo. Mas o descaso não para por aí, ainda tem aqueles que ficam fazendo piadinha com fãs que perguntam sobre o shows anunciados, mas uma resposta concreta nunca é transmitida.

Tem também os shows remarcados ou cancelados. Como não lembrar da apresentação da drag queen Pabllo Vittar, realizada no Jeremias Casa de Shows, que foi adiada por dois meses. O 'Festival Internacional de Reggae', que viralizou as redes sociais agendado para acontecer no dia 5 de dezembro, é também um desses exemplos de falta de compromisso e entra para a lista dos prometidos e não cumpridos, já que foi cancelado pelos idealizadores.