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09/10/2017 12:48

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Projeto de Campo Grande melhora saúde mental de PRFs e é reconhecido nacionalmente

Parceria entre universidade e corporação reduziu em 11% afastamentos por transtornos psiquiátricos

Através de acompanhamento psicológico, um programa pioneiro tem melhorado consideravelmente a qualidade de vida de Policiais Rodoviários Federais em Mato Grosso do Sul. Criado em 2015, o Proserv (Programa de Saúde do Servidor), parceria entre a PRF e a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), já reduziu ao menos em 11% os afastamentos de agentes por transtornos psiquiátricos, e é reconhecido por seus resultados em esfera nacional.

Antes da implantação do programa, 26% dos policiais que tiraram licença sofriam de algum problema de ordem psicológica, devido, em grande parte, à rotina pesada que a profissão pode exigir. Hoje, esse índice é de 15%, mas pode ser ainda maior ao final do segundo ano de projeto.

Na Clínica-Escola da UCDB há uma sala de espelho que permite ao acadêmico ouvir e assistir o atendimento feito pelo supervisor, com o consentimento do paciente, para que ele aprenda como proceder e, então, possa conduzir o trabalho com o apoio dos mestrandos e doutorandos. Isso porque o trabalho envolve acadêmicos de Psicologia e alunos do Mestrado e Doutorado da área e permite o acompanhamento psicológico dos profissionais por meio de atendimentos clínicos realizados tanto na própria sede da PRF, em Campo Grande, quanto na Clínica-Escola da UCDB.

 “Cada caso é um caso, mas o ser policial interfere na vida deles, muito. Cada um tem problemas particulares, mas o policial carrega um sentimento de não tirar férias, não ter descanso, há uma pressão constante, a postura no trabalho interfere na pessoal. Falta de valorização profissional e ocorrências mais complicadas também podem criar estresse e traumas que prejudicam muito”, relata o acadêmico Sylvio Tutya, que está no 10º semestre e há um ano participa do projeto como plantonista na PRF.

(Foto:Wesley Ortiz)

 “No plantão, a presença de um psicólogo era uma coisa inimaginável, havia uma resistência, porque a maioria considerava que precisar de ajuda é uma fraqueza. Sabíamos disso e fomos entrando aos poucos na confiança deles, tanto que hoje, temos uma relação muito boa e próxima, houve uma integração muito positiva”, conta a coordenadora geral do projeto e docente da UCDB, Dra. Liliana Andolpho Magalhães Guimarães.

Além dos reconhecimentos regionais, o projeto recebeu título nacional, eleito uma das duas melhores boas práticas de saúde dentro da PRF, rendeu à universidade o título de uma das dez instituições que mais colaboram para o crescimento da corporação, e concorre ao Prêmio Péter Murányi, que tem por objetivo reconhecer e premiar trabalhos que, de forma inovadora, melhorem a qualidade de vida das populações em desenvolvimento.

 “Acho importante citar que este é um programa de baixo custo, com resultados bem positivos. É uma iniciativa pioneira. Várias corporações buscaram ajuda do projeto, mas não há previsão de expansão no momento, talvez mais pra frente consigamos atender mais pessoas”, finaliza a mestranda Alessandra Laudelino Neto.

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