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06/06/2018 10:31

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Família de negro morto por policial branco será indenizada com US$ 4

Vítima foi baleada porque ligou som alto; sentença diz que ela provocou a morte


Depois de horas de deliberação em um tribunal federal em Fort Pierce, no Condado de St. Lucie, na Flórida (EUA), um júri chegou a um valor para indenizar a família de um americano negro que foi morto em sua própria casa por um policial branco: US$ 4.

Os jurados destinaram US$ 1 para ajudar nos custos do funeral, que custa mais de US$ 7 mil, e US$ 1 para cada uma das três filhas de Gregory Vaughn Hill Jr., para compensar a perda do pai.

Eles alegaram que Hill, empregado em uma fábrica da Coca-Cola, foi responsável pela própria morte. E decidiram que o policial Christopher Newman não usou força excessiva e que, portanto, o Departamento de Polícia do condado só deveria pagar 1% do valor da indenização — ou seja, 4 centavos.

O roteiro da morte de Hill, segundo os autos, começou com uma mulher andando pela calçada, que não gostou do som muito alto que vinha da garagem do homem negro e chamou a polícia. Dois policiais brancos que atenderam à chamada encontraram a porta da garagem fechada. Bateram na porta e Hill a abriu.

Quando os policiais informaram que estavam ali por causa de uma reclamação sobre o som muito alto, Hill, que estaria “alcoolizado”, simplesmente baixou a porta. O policial Christophen Newman atirou quatro vezes na porta fechada. Um tiro atingiu a cabeça de Hill e dois atingiram seu estômago.

Os policiais chamaram uma equipe da Swat, que usou um robô para escancarar a porta da garagem. Eles entraram e encontraram Hill morto, com um revólver, sem munição, no bolso traseiro de sua calça. Os policiais chegaram a dizer, inicialmente, que Hill estava com a arma na mão, mas essa versão não persistiu.

A mãe de Hill moveu uma ação indenizatória por “morte que gera responsabilidade civil” (wrongful death) contra o Departamento de Polícia do condado, acusando os policiais de negligência. No julgamento, os jurados usaram o fato de Hill estar embriagado para afirmar que ele, não o policial, era responsável por “99% da negligência que resultou em sua morte”.

O xerife Ken Mascara, do Condado de St. Lucie, postou no Facebook: “Estamos muito satisfeitos por ver que esse incidente difícil e trágico tenha chegado a uma conclusão. Gostaria de agradecer o tempo e a compreensão dos jurados e desejar a todos envolvidos no caso o melhor, conforme levam suas vidas à frente”.

O advogado da família, John Phillips, disse ao jornal New York Times e ao site VOX que a parte trágica desse julgamento foi o júri avaliar o sofrimento das crianças negras em US$ 1. O juiz negou aos jornais qualquer informação sobre os membros do júri — como, por exemplo, se eram todos brancos.
O advogado criou uma página no site GoFundMee, esperando que a população ajude a família a reparar os estragos que a Swat causou à casa, que não foram cobertos pelo estado. E está analisando se leva o caso a um tribunal de recursos.

 

 

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