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Pegadinha do malandro: jovem anuncia vagas de mentira e atrai multidão de enganados

Família alega que o rapaz sofre de transtornos mentais

22 novembro 2018 - 09h31Por Da redação / G1

A família do jovem de 22 anos que divulgou supostas vagas de emprego na construção de um shopping no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, afirmou à polícia que ele sofre de transtornos mentais. Parentes de Vitor Souza foram até a delegacia do município para entregar um laudo médico ao delegado Mamedes Xavier. A pegadinha do rapaz fez com que milhares de pessoas formassem uma longa fila para entregar currículo

"A família disse que estava envergonhada e que ele nunca fez nada nesse nível, mas também informou que ele não aceita o tratamento e não toma os remédios prescritos para controlar o transtorno", explicou, complementando que o jovem recebe tratamento psiquiátrico no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do Cabo de Santo Agostinho desde 2016.

O delegado informou, ainda, que a família foi à delegacia temendo que houvesse alguma repercussão jurídica, mas o caso foge da esfera de atuação da polícia. "Ele é muito novo, tem 22 anos, é comerciante, dono de uma ótica no Cabo. Em tese, ele seria semi-imputável, porque não houve registro de boletim de ocorrência, então não há vítima. Isso foge da esfera da polícia, que apura a questão penal", disse.

As pessoas que foram até o local em busca de emprego foram informadas de que a seleção seria para a construção de um shopping em um terreno localizado na BR-101, em uma área onde ficam fábricas de grande porte.

Vitor Souza se apresentou como dono do empreendimento e responsável pela contratação dos trabalhadores. Ele disse que alugou os galpões localizados no complexo industrial do município 15 dias antes da suposta seleção e que apresentou à prefeitura um projeto para reforma do espaço.

Como pretendia começar a obra na sexta-feira (23) e terminá-la em 22 horas, cada contrato teria vigência de 12 horas. A prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, no entanto, informou que não há projeto ou pedido de licença para construção do shopping no município.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Cabo de Santo Agostinho, Moshe Caminha, a prefeitura se solidariza com as pessoas que foram ao local, mas não há manifestação de empresários para a construção do referido shopping.

"Não existe nenhuma manifestação de empresas para a construção de um empreendimento desse porte. A gente até convida os empresários que queiram empreender no município que venham aqui, mas tudo dentro da legalidade. A área do suposto shopping trata-se de uma área industrial, que precisa de um estudo preliminar com laudos e vistorias ambientais sobre os impactos que se pode causar ali", afirmou.

Entenda o caso                                                               

Os anúncios foram publicados nas redes sociais, falando sobre uma seleção de trabalhadores para a construção de um shopping onde antes funcionava uma empresa que trabalhava com ferro e aço. De acordo com os organizadores da seleção, estavam sendo oferecidas 520 vagas para pintor, soldador, encanador, eletricista, pedreiro e estoquista, e outras funções.

Em pouco tempo, formou-se uma grande fila e houve correria quando os portões se abriram. Por causa do número de pessoas que queriam se inscrever, a Polícia Militar pediu aos organizadores para suspender a seleção. O processo foi encerrado e os currículos foram recolhidos em caixas de papelão.