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Polícia suspeita que PCC está ligado a 'roubo do século' no Paraguai

Os ladrões levaram cerca de US$ 40 milhões (cerca de R$ 120 milhões) de uma transportadora

25 abril 2017 - 09h58Por Da Redação / Terra

O Paraguai assistiu na segunda-feira (24) a cenas dignas de um filme de ação, com explosões, carros em chamas, perseguição policial, troca de tiros e uma fortuna levada de uma transportadora de valores num megaassalto em Ciudad del Este que já é considerado o "roubo do século", o maior da história do país.

Inicialmente, a polícia disse que os ladrões teriam levado cerca de US$ 40 milhões (cerca de R$ 120 milhões) - mas depois afirmou que não poderia precisar ainda a quantia levada pelos assaltantes.

Autoridades paraguaias suspeitam que os assaltantes tenham ligação com a facção brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) porque usaram carros com placas do Brasil e falavam português.

Além disso, o modus operandi da ação no Paraguai é muito parecido com os ataques a carros fortes e transportadoras no Brasil que se intensificaram a partir de 2015 e são atribuídos ao grupo.

E há anos que a Polícia Federal brasileira identifica o crescimento da atuação de facções nacionais no território paraguaio.

Em 2011, o delegado Antônio Celso dos Santos, que à época ocupava o posto de adido da PF no Paraguai havia dois anos, definiu o território do país vizinho como "um escritório" do PCC e do Comando Vermelho (CV). Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo naquele ano, Santos disse que os dois grupos lá se instalaram e se associaram a criminosos locais para eliminar intermediários no tráfico de drogas e armas que passam pela fronteira seca entre Paraguai e Brasil.

Mas, desde o assassinato do empresário Jorge Rafaat - suposto chefe da maior quadrilha da cidade de Pedro Juan Caballero, do "outro lado" de Ponta Porã - no ano passado, o conflito entre traficantes brasileiros e paraguaios se intensificou na fronteira.

O controle do local é disputado por PCC, CV e seguidores de Rafaat. No mês passado, essa guerra teve mais um capítulo com o assassinato, nas ruas de Ponta Porã, de Ronny, irmão do traficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, que se encontra preso na capital paraguaia e teria, segundo suspeitas, ordenado a morte de Rafaat num acordo com o PCC.

50 homens armados
Em Ciudad del Este, na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, local de intenso movimento comercial, o alvo do assalto foi a transportadora de valores Prosegur.

Na madrugada de segunda, por volta das 0h30, a transportadora foi invadida por um grupo de dezenas de homens armados, após troca de tiros com vigilantes. Eles explodiram o caixa-forte e levaram, em dólares, reais e guaranis, o valor estimado em dezenas de milhões de dólares.

Pelo menos 19 veículos - entre carros e caminhões - tinham sido incendiados nas redondezas da transportadora, causando confusão e caos na região.

Além disso, foram acionados explosivos próximos à sede da polícia, dificultando mais ainda uma reação imediata das autoridades locais.

"Por duas horas, a polícia não conseguiu chegar ao local", disse a promotora de Ciudad del Este Denise Duarte.