André Luis Lima Sigarini,37, foi solto menos de 24 horas depois de matar a tiros o guarda municipal Carlos Henrique Freitas Silva, em Corumbá, no dia 21 deste mês. A vítima ainda não tinha sido sequer sepultada, o que gerou revolta em amigos e familiares do servidor municipal.
A decisão foi do juiz plantonista Maurício Cleber Miglioranzi Santos. O magistrado justificou a soltura dizendo que o suspeito 'não tem registro de outra prática de crime [...] não é afeito à senda delituosa, não se afigurando presente a necessidade da segregação como garantia da ordem pública", publicou.
(Assassino de guarda foi solto antes de enterrar a vítima - Foto: Diário Corumbaense)
Familiares ficaram revoltados com a soltura do suspeito e disseram que ele sequer comprovou residência fixa e trabalho, uma das condições para que uma pessoa responda o processo em liberdade. No entanto, o juiz disse que devido a crise financeira, muitas pessoas atuam na informalidade, não tendo nenhum registro empregatício e às vezes nem comprovante de residência.
''Não entendemos essa decisão, a parte em que destaca que esse crime não é o suficiente para que ele seja mantido preso, então, o que uma pessoa tem que fazer para ser preso? Um homicídio não é o suficiente? Estamos indignados, ninguém está acreditando como a Justiça é falha. Em menos de 24 horas o acusado foi liberado”, disse Silvana Freitas da Silva, irmã da vítima, ao Diário Corumbaense.
Outra irmã do guarda, Juliane Freitas, comentou que a mãe poderia correr risco. "Eu estou revoltada com isso. Como vai ficar minha mãe e meu pai aqui? Esse criminoso mora no bairro e ainda temos essa decisão. Antes de meu irmão ser enterrado o assassino dele já estava solto”, lamentou. Carlos Henrique era casado e tinha três filhos.
(Guarda foi morto com três tiros e suspeito está solto - Foto: Diário Corumbaense )
Crime
Carlos Henrique Freitas Silva morreu depois de ser atingido por disparos. Ele estava em bar na esquina das Ruas Sete de Setembro e Duque de Caxias, no bairro Popular Velha, em Corumbá. O crime aconteceu por volta das 5h de quinta-feira (21).
André Luis Lima Sigarini estava no bar e foi preso horas depois pela Polícia Militar, com apoio da Guarda Municipal. A arma foi apreendida na casa dele, no bairro Cristo Redentor. O revólver calibre .38 estava ainda com três munições intactas e tem capacidade para seis tiros.