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Interior

30/03/2017 15:14

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Travestis denunciam ameaças após assassinato de Paolla Pracho

Segundo Micaela, uma das vítimas, que trabalha há 16 anos como profissional do sexo, as ameaças são feitas por uma facção rival comandada pela travesti conhecida por Harine, que está foragida, suspeita do assassinato

Um grupo de travestis que atuam como profissionais do sexo irá formalizar nesta semana uma série de denúncias de ameaças sofridas desde a morte da travesti Paolla Pracho, no último dia 22. Segundo Micaela, uma das vítimas, que trabalha há 16 anos como profissional do sexo, as ameaças são feitas por uma facção rival comandada pela travesti conhecida por Harine, que está foragida, suspeita do assassinato de Paolla Pracho.

"Antes, era a Paolla que nos protegia, em troca de uma contribuição financeira. Com a morte dela, esse grupo passou a nos ameaçar. Os roubos e o tráfico de drogas aumentaram e a clientela diminuiu, pois está com medo de frequentar a região", afirma Micaela.

O grupo se reuniu na manhã desta quinta-feira (30) com a presidente da Associação de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais de Dourados (AGLTD), Cláudia Rosa Assumpção, e com o vereador e presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Defesa do Consumidor da Câmara de Dourados, Elias Ishy. Também estiveram entre os presentes, membros da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Dourados.

Um dos objetivos da reunião foi orientar as travestis sobre a importância em oficializar denúncias de violência junto aos órgãos competentes, bem como alertá-las sobre a ilegalidade da prática do rufianismo, popularmente conhecido como "cafetinagem", que é a obtenção de lucro através da exploração de prostituição alheia.

Cerca de 80 travestis atuam como profissionais no sexo na cidade de Dourados, segundo a presidente da associação.

"É um trabalho com prazo de validade, que oferece muitos riscos à vida dessas profissionais. A expectativa de vida delas não passa dos 35 anos", diz Cláudia. Segundo a presidente, o rufianismo é praticado em sua totalidade por travestis de fora da cidade.

Para poder atuar de forma mais efetiva na prevenção e combate à violência sofrida por esse grupo, bem como a outros riscos a que eles são expostos, como maior incidência de doenças sexualmente transmissíveis, Cláudia disse que solicitará à prefeita Délia Razuk (PR) a criação de uma coordenadoria de assuntos LGBTs, ligada à Secretaria Municipal de Assistência Social, em parceria com as Secretarias Municipais de Educação e Saúde.

"Queremos retomar o trabalho que foi paralisado há quatro anos, desde que ficamos sem apoio das entidades públicas, e conseguir uma sede própria para atender essas pessoas", diz Cláudia. "Durante a campanha eleitoral, a prefeita se mostrou disposta a abraçar a causa e pediu para que eu formalizasse um pedido do projeto em abril".

O vereador Elias Ishy disse que a Câmara de Vereadores está à disposição para receber o grupo e convidar toda a população para participar do debate, por meio de uma audiência pública. "Essa reunião de hoje já foi bastante construtiva. O diálogo é um dos caminhos para a solução desses conflitos".

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