Debochado, verborrágico e falastrão. André Puccinelli é do tipo de homem que domina onde está.  Ser político por natureza, é dotado de um carisma próprio, muitas vezes rude, que conquista rapidamente boa parte da plateia.  Aliado com uma mente afiada, foi responsável pela longa e próspera carreira do ex-governador. Como marca registrada sempre teve o fato de nunca se calar. Bem, pelo menos até agora...

O italiano finalmente evitou os microfones! A saída de Puccinelli da cela do Centro de Triagem foi emblemática para quem acompanha, por anos, o peemedebista. Não houve discurso, não teve entrevista, muito menos defesa... André saiu rapidamente em carro com os vidros fechados e sem parar.  O mito evitou o embate público, talvez pela primeira vez em sua carreira.

Só quem viu de perto André em seu auge político sabe o que a boca fechada do ex-governador significa. Em seu segundo mandato, Puccinelli adorava falar aos quatro ventos sobre sua conduta ilibada. “Já me investigaram mais de 30 vezes, fui inocentado em tudo”, bradava aos jornalistas.

Em situações mais extremas, não ficava só nas palavras. Xingado em uma feira livre durante a campanha eleitoral de 2010, o então governador deu um tapa de mão aberta na cara do eleitor Rodrigo de Campo Roque, 23 anos na época. 

Assim era o italiano. Direto e eloquente. Nada deixava passar em sua reta, ainda mais ataques contra sua carreira política. 

A saída de Puccinelli da cela da prisão era esperada por diversos motivos. O italiano se defenderia. Discursaria, iria pra ofensiva. Quem sabe até anunciaria de imediato a pré-candidatura ao Governo do Estado... Nada disso. Os correligionários que esperavam ver a força do italiano ficaram com um solene silêncio. Puccinelli sentiu o golpe ou é apenas o animal encurralado preparando um bote ainda mais forte? Só o tempo dirá...