Assistentes da acusação no julgamento do assassinato do policial militar aposentado João Miguel Além Rocha, os advogados Fábio Ricardo Trad Filho e Luciana Abou Ghattas alegam que o autor do crime, o sargento da PM César Diniz da Silva, está ameaçando testemunhas do caso e prejudicando as investigações.

“Não houve troca de tiros, o que veio a ocorrer foi uma execução sumária realizada a sangue frio e ocasionada por uma motivação fútil. [...] O autor do assassinato é conhecido e temido na região onde se deram os fatos e vem ameaçando testemunhas”, destacam os advogado.

Eles alegam ainda que a cena do crime foi adulterada. “Um fato que causa estranheza aos olhos da sociedade é que o local do homicídio não foi preservado, conforme boletim de ocorrência, tendo sido adulterado, ainda não se sabe a mando de quem”.

Em nota, Fábio e Luciana também desmentem boatos de que a vítima sofreu condenação penal ou administrativa e enfatizam que João Miguel deixou “três filhos, esposa e a mãe, idosa de 80 anos que residia com ele, sob seus cuidados. Todos profundamente abalados, com medo, mas na esperança de que se realize justiça”.

O caso

Armas usadas no crime foram apreendidas - Foto: Wesley Ortiz

João Miguel Além Rocha, 58 anos, morreu na tarde do último sábado (1°), após levar três tiros nas costas na Rua Gualter Barbosa, no Nova Lima, em Campo Grande. Um jovem que estava do outro lado da rua, Gustavo Oliveira Mendonça, também foi atingido por um tiro e acabou internado na Santa Casa.

A briga teria acontecido por causa de um desentendimento sobre a venda de um veículo. Autor dos disparos, César Diniz da Silva, 43 anos, afirmou em depoimento para a polícia que atirou em legítima defesa. As armas usadas na ocasião, uma pistola .40 do sargento Diniz e o revólver calibre .38 da vítima, foram apreendidas.